Por vezes, me pergunto em que condições uma pessoa em determinado momento festivo, oferece ao outro o inverso do que seria um desejo de felicidade, alegria ou paz, quando de sua performance dúbia naquele evento. Isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa, ao invés de demonstrar um sentimento que incida em boas perspectivas para o outro, mostra um discurso ao contrário. Quando se aproxima e abraça o vivente, na comemoração de amigo secreto, na festa de final de ano, quase o xinga de um modo intempestivo e irreverente, a ponto de restringir um momento de encontro, num espaço de desconstrução do outro. E para o espanto geral, concluindo que ele nunca participa de nada, não comparece às reuniões ou se exime de proferir qualquer opinião no grupo em que está inserido.
Fico pensando no significado da empatia e me pergunto, não teria esta pessoa nenhuma empatia para com o seu amigo?
De todo modo, não devo julgá-la. Por certo, a intenção era de mostrar-se, quem sabe, uma pessoa extrovertida, que gosta de fazer piada, não importa a quem seja, ou o momento. Ou talvez, nem se dê conta e pense que tudo não passa de uma grande brincadeira, para ela, claro. Por outro lado, há o risível e o melancólico, o festivo e o desanimador, o irônico e o constrangimento. Talvez por isso, a pessoa nem mesmo tenha consciência do que faz e sua atitude se torne tão risível quanto o seu objetivo de fazer rir. Por essas e por outras, é melhor ficar alheio, embora um tanto perdido entre tanta insanidade. E, se possível, levar como aprendizagem para vida. A ironia, o riso e a piada só sobrevivem onde haja interação entre duas ou mais pessoas. A que ri sozinha, ri de si mesma.
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