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Que rompa a aurora

Nascia na floresta um momento. É como brotar do nada, sem que se dê conta. Um gota que cai lambendo o galho verde até escorregar pelo tronco. E ninguém vê, mas a natureza se renova, se reveste, se recria. Um gorjeio aqui, um zunido ali. Um voo no alto, naquela nesga de céu. Um voo raso entre galhos e folhas. Um visgo que brilha nas ervas que crescem. Um cheiro. Um cheiro doce, adocicado, um cheiro de ar. Ar que revigora e se respira. Um gota que cai. Mais uma. Um sopro de vento. Um incêndio. Uma luz, o sol que incendeia, devagarinho, queimando, alvoroçando. Folhas que caem. Tudo se regenera. Tudo vive. Vida. Um momento nunca igual ao outro. Mais um momento que não se pode alcançar. Mas que há. Até quando experimentaremos momentos, até que o gelo chegue, que o mar, os rios, as águas se unam? O sol se enfraqueça? Ou tudo queime? Até quando viveremos nesta gangorra de respirar e esperar, que o mundo acorde e sobreviva? Que as mentes se iluminem e que se possa romper a aurora. Ilust