Era assim, baixa, cabelo espichado num coque sugado no topo da cabeça. Tinha aquele jeito amável de ser, mas se a examinássemos com cuidado, veríamos uma sagacidade no olhar, um meio sorriso nos lábios e uma artimanha escondida nas mãos que jamais imaginaríamos. Mas ela era assim, tranquila, doce, solícita e focada nos seus objetivos. Nada a despertava de seus cuidados constantes com o croché, com a linha desobediente arriscando-se entre seus dedos a se tornar mais uma fiel: corregionária da fé. Por certo obedeceria seus gestos ágeis, embora, inseguros e faria os contornos necessários para o desenho. Ela tinha seus caprichos. Tinha consigo que deveria fazer as coisas da melhor maneira possível e se asssim aprendera de geração em geração, era seu dever fazê-lo. Era conservadora nos seus segredos e via de regra, mantinha a tradição. Outra coisa que gostava, era de prosear. E até fumava, meio às escondidas, um cigarro de palha. Tinha uma tosse danada, daquelas que nem alecrim cheir...
Este blog pretende expressar a literatura em suas distintas modalidades, de modo a representar a liberdade na arte de criar, aliada à criatividade muitas vezes absurda da sociedade em que vivemos. Por outro lado, pretende mostrar o cotidiano, a política, a discussão sobre cinema e filmes favoritos, bem como qualquer assunto referente à cultura.