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João e suas histórias

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João tinha desses hábitos desajeitados: gostava das coisas às avessas. Se lhe contavam uma história, ficava imaginando a trama de trás pra frente, com o protagonista com cara de vilão, ou o vilão com cara de mocinho. Estava sempre à cata de uma novidade, alguma coisa que despertasse a sua curiosidade. E a dos outros também. Costumava se queixar que seus pais viviam muito ocupados. Por sorte, o avô se mudara para sua casa, por andar meio solitário e doente. A família se dispersara um pouco. A avó morava num País distante, ele nunca sabia, se na Nova Zelândia ou na Austrália. Não era bom em geografia. O seu forte mesmo era a imaginação. João gostava de histórias. Mas não as histórias contadas pelo avô. Ele, João, era o narrador, especialista em inventar as histórias mais esquisitas possíveis. Começava do final, inventava personagens, trocava as personalidades de alguns e até a aparência física. O avô perguntava: — Ué, não era o gigante que tinha a galinha dos ovos de ouro? Não,...

A fotografia da vida de Santa - CAP. 28 - ÚLTIMO CAPÍTULO

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Capítulo 28 - Final Santa e os filhos esperavam angustiados a longa espera por Alfredo. Embora felizes pelo pesadelo ter acabado, ainda havia marcas muito fortes que comprometiam um momento mais festivo. No fundo, Tavinho e Letícia sentiam-se culpados por terem sugerido a limpeza no cenário do crime, o que de certo modo, estimulou a prisão de Alfredo. Quando o viram, abraçaram-no, aliviados. Santa enxugava algumas lágrimas ao ver o filho tão abatido, mas estava feliz. Após alguns minutos de intenso desafogo emocional, Alfredo perguntou por que o pai não havia vindo. Todos ficaram em silêncio. Santa pediu que se afastassem logo dali, já que estava tudo em ordemcom os documentos e pertences pessoais e se dirigissem ao carro que os estava esperando. Alfredo insistiu que o levassem ao seu apartamento, pois precisava tomar um banho e trocar a roupa. Foi o que fez, acompanhado de Tavinho e mais tarde iriam para a casa para comemorarem com Santa, que mandara preparar um jantar espe...
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Os dez textos mais acessados no mês de outubro ( 02/10 a 31/10/16) 1º. AS AULAS DE DONA MARINA 2º. O menino e o livro 3º. Webrádio de qualidade, com a melhor programação 4º. Trabalho voluntário no Hospital Psiquiátrico: uma provocação para a vida 5º. A margem oposta 6º. A fotografia da vida de Santa - CAP. 13 7º. Meu pai, a jawa e o Irmão Cassiano 8º. A fotografia da vida de Santa - CAP. 11 9º. A fotografia da vida de Santa - CAP. 9 10º. Alguns aspectos do filme “A pele em que habito” de Pedro Almodóvar Fonte da ilustração: fotografia do poeta e escritor Wilson Rosa da Fonseca.

Os dez textos mais lidos no mês de setembro de 2016

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O que vem na lancha? Trabalho voluntário no hospital psiquiátrico: uma provocação para a vida Piolhos de rico Metáforas cruéis: desqualificação das mulheres e negros Candidato inflamado As divagações e sonhos de Marina A fotografia de Santa - CAP. 2 Os pecados de Xavier A fotografia de Santa - CAP. 1 Sabrina

A fotografia de Santa - CAP. 7

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No sexto capítulo, com a revelação da proposta de Santa à família e suas condições, todos começaram a questionar-se descobrindo as falhas uns dos outros, ou mesmo deixando vir à tona tudo o que pensam. A preocupação principal é conhecer as mensagens que todos receberam. Letícia, indignada pela traição do marido e brigando muito com os irmãos, exige que todos revelem as mensagens que receberam. Chegamos agora ao nosso 7º capítulo de nosso folhetim dramático. Divirtam-se como dizia o poeta, porque hoje é sábado. Capítulo 7 Fonte da ilustração: https://morguefile.com/search/morguefile/18/library/pop. autor: TheBrassGlass Alfredo que se afastara do grupo após estar na berlinda, dirige-se à mãe, com frieza. — Faltam apenas o bispo e Linda. Sabe, mamãe, eu não entendo o que a Linda tem a ver com esta história. Santa aproveita a oportunidade para deixar claro o seu objetivo. Parece mais forte do que toda a repercussão dos acontecimentos. Dirige-se a Alfredo, com estud...

Registros

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Não sou de guardar muitas coisas. Um texto aqui, um chaveiro ali, uma fotografia lá. Há coisas que não se guarda, na verdade, se resguarda do extravio. Há outras que nos parecem uma espécie de registro, uma lembrança de um acontecimento importante em nossas vidas, uma informação do passado, uma memória. Guardo alguns recortes que nunca leio. Fotografias que dificilmente olho. Guardo textos antigos que jamais analiso. Um coisa, tenho certeza, guardo sim e com prazer: cartões do dia dos pais e outros homenageando a minha profissão dados por minha filha, afilhados e sobrinhos. Estes, de vez enquanto, espio agradecido. Observo as letrinhas desenhadas, o jeito despojado de oferecer carinho e mais do que tudo, a espontaneidade do momento. É muito bom. Outras lembranças burocráticas, nem tanto. Em todo caso, há que se guardar. Guardar é esperar que algum dia, se utilize dessas pequenas relíquias para compor uma memória organizada, quem sabe? Uma coisa, tenho certeza, as lembranças de encon...