Fico calado. Não tenho o que dizer. O silêncio, às vezes, é uma benção. Pelo menos para os que dividem, não argumentam, nem ouvem. Mas ficar calado, não impede a ansiedade e a frustração. Estas aumentam, devoram-nos e num círculo vicioso, nos fazem calar ainda mais, embora nosso coração grite de angústia e dor. Há tanto o que dizer! Mas quem há de ouvir? Quem se interessa? Há tanto a pedir, há tanto a lutar! Mas a luta parece inglória. Perdemos sempre. As ondas virulentas se sucedem, tão fortes e resistentes quanto o ódio. Nada importa. Não importa que nossos irmãos morram, agoniados, sem ar, sem força, como animais desamparados ao relento. Não importa, que muitos passem fome, e se espalhem pelas favelas como moscas contagiosas, onde não lhes é permitido qualquer brecha de vida ou esperança. Não importa a morte porque ninguém é culpado, ou melhor, todos são, com exceção do governo. Este que lidera com intolerância e ódio genocida a uma legião de “homens de bem”, parece estar muito...
Este blog pretende expressar a literatura em suas distintas modalidades, de modo a representar a liberdade na arte de criar, aliada à criatividade muitas vezes absurda da sociedade em que vivemos. Por outro lado, pretende mostrar o cotidiano, a política, a discussão sobre cinema e filmes favoritos, bem como qualquer assunto referente à cultura.