Fui um guri religioso. Talvez não tivesse a consciência de minha espiritualidade, muito menos, pensava no assunto, como todas crianças de minha idade. A participação das missas aos domingos, em geral muito associadas aos eventos que a escola promovia, as novenas e procissões, tudo produzia um componente espiritual que os rituais internalizavam em nossa mente. Todas as intervenções em nossa vida escolar eram focadas na “alfabetização” da religião, ou para ser mais correto, no catecismo vivo, que era a nossa vivência e experiência na igreja. Lembro-me bem, quando estudava na Escola São Luís e participava da missa na Sagrada Família. Nunca quis ser coroinha, e evitei o quanto pude os pedidos dos padres. Não gostava daquela exposição, daquele cheiro de naftalina das roupas, do ar destemperado da senhora que se ocupava da sacristia, dos olhares de censura a qualquer brincadeira. Preferia ficar na “plateia” e experienciar a missa com meus pares. Claro que havia momento...
Este blog pretende expressar a literatura em suas distintas modalidades, de modo a representar a liberdade na arte de criar, aliada à criatividade muitas vezes absurda da sociedade em que vivemos. Por outro lado, pretende mostrar o cotidiano, a política, a discussão sobre cinema e filmes favoritos, bem como qualquer assunto referente à cultura.