Mostrando postagens com marcador bebê. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bebê. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, outubro 11, 2017

Onde chegará o homem?

Não gosto de comentar notícias policiais, muito menos ficar dissecando as informações, investindo em cada detalhe e transformar o fato numa dramaturgia barata.

Mas às vezes, a realidade dura nos obriga a pelo menos refletir e sofrer as consequências da falta de humanidade.

O bebê baleado no útero da mãe e que não resistiu e acabou morrendo, em Caxias, na Baixada Fluminense vai contra qualquer percepção de realidade, como se o surrealismo ou a ficção concentrasse seus valores em nossa realidade.

Como não se comover, como não sentir na pele o arrepio da dor e do medo ao assistir um fato tão doloroso. Isso apenas citando dois fatos, embora ocorram diariamente todos os tipos de assassinatos e perdas terríveis ao povo brasileiro.

Como acreditar na humanidade e imaginar que ainda há futuro?

Quando vemos nossos filhos longe, ficamos com o coração na mão e quando estão perto permanecem em total abandono, porque as balas perdidas não são excessões, ao contrário, são a regra em muitos recantos do Brasil, como na escola em Porto Alegre, onde os alunos precisaram fugir para não serem atingidos.

Parece que o homem fica cada vez menos homem, menos ser humano e talvez não tanto animal, mas um ser perdido na desumanidade, um ser que enxerga no outro apenas o reflexo de seu desejo de ganância, de ódio e do medo intrínseco de se enxergar no espelho alheio. É triste.

Uma involução que avança em várias áreas e repercute nas comunidades mais frágeis.

Uma involução nos costumes, na política fascista que avança, na ilegimidade dos governos, no despropósito das ações alavancadas na não-constituição.

Onde chegará o homem?

Quem cuidará de nossas crianças?

Quem olhará por nossa vida?

segunda-feira, julho 03, 2017

O medo intrínseco

Não gosto de comentar notícias policiais, muito menos ficar dissecando as informações, investindo em cada detalhe e transformar o fato numa dramaturgia barata. Mas às vezes, a realidade dura nos obriga a pelo menos refletir e sofrer as consequências da falta de humanidade.

O bebê baleado no útero da mãe, em Caxias, na Baixada Fluminense vai contra qualquer percepção de realidade, como se o surrealismo ou a ficção concentrasse seus valores em nossa realidade. Como não se comover, como não sentir na pele o arrepio da dor e do medo ao assistir um fato tão doloroso. Como acreditar na humanidade e imaginar que ainda há futuro?

Quando vemos nossos filhos longe, ficamos com o coração na mão e quando estão perto permanecem em total abandono, porque as balas perdidas não são excessões, ao contrário, são a regra em muitos recantos do Brasil, como na escola em Porto Alegre, onde os alunos precisaram fugir para não ser atingidos.

Parece que o homem fica cada vez menos homem, menos ser humano e talvez não tanto animal, mas um ser perdido na desumanidade, um ser que enxerga no outro apenas o reflexo de seu desejo de ganância, de ódio e do medo intrínseco de se enxergar no espelho alheio.

É triste. Uma involução que avança em várias áreas e repercute nas comunidades mais frágeis. Uma involução nos costumes, na política fascista que avança, na ilegimidade dos governos, no despropósito das ações alavancadas na não-constituição.

Onde chegará o homem?

Quem cuidará de nossas crianças?

Quem olhará por nossa vida?

sábado, fevereiro 04, 2017

Um menino que voa alto

Começou devagarinho a chamar-me a atenção. A princípio, uma ideia aqui, outra acolá. Noutros momentos, um pequeno rabisco, como quem recém está se desenvolvendo e quer o peito, faminto.

Aos poucos, se observa que o bebê está crescendo e começa a pedir-nos coisas. Exige cada vez mais cuidados, como se estivesse prestes a cair em ciladas.

Então o analisamos com cautela, aceitamos seus pedidos, aumentamos os recursos.

Começa a ficar bonito, rechonchudo, umas bochechas vermelhas de bebê de rótulo de leite.

Ele cresce mais e já é um adolescente. Aí que o conflito aumenta, nem tudo está adequado aos seus desejos. Quer mais, precisa tornar-se mais forte e resistente, para que todos o vejam com vigor e sabedoria. Mas sabedoria só não basta. É preciso zelo, coerência, beleza, músculos fortes e tórax robusto.

Está quase no ponto de se mostrar à audiência. Precisa então de um clímax e por isso nos enlouquece a ponto de acreditarmos que não chegaremos ao final.

O que busca ele?

O que quer a plateia?

O que quero eu?

Um final deslumbrante, que resista ao senso comum, que permita reflexões, que se mostre inteligente, que busque a elite intelectual, mas que se espalhe no povo.

Aqui está ele, enfim, pronto.

Mas estará no ponto?

E ao alcancançar as ruas, dá-nos uma certa angústia em vê-lo fora do berço familiar, atingindo outros mundos, outras formas de lidar com a verdade e a vida, obtendo outras leituras.

Então, além da angústia, temos também ciúme. Nosso menino já não será mais nosso e cada um o verá de uma maneira.

Será que o entenderão? Será que pensarão como o pai? Será que o aceitarão?

Mas este menino precisa correr o mundo.

Precisa voar alto, longe de nossos braços e mais perto da imaginação alheia.

Este menino é o livro que ao ser publicado, não pertence mais ao autor, mas ao leitor, porque dele fará a sua leitura.

Então vá, menino, corra mundo e se transforme na alma de quem o decifra.

Postagem em destaque

A boca vermelha, cabelos loiros, olhar perdido. Nem sabe se fazia pose, encenava ou apenas acessório do cenário. Assim os observava de re...

PULICAÇÕES MAIS VISITADAS