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Condutas da vida

Fonte da ilustração: Pexels in: pixbay De repente, o tempo de calor intenso muda e parece que uma nova estação surge do nada. Para um escritor, falar do tempo soa como clichê, mas o que acontece é que, às vezes, este estado de mudança atmosférica parece intimamente ligado a nossas emoções, acompanhando situações e condutas de nossa vida. Olhei para a rua ainda com as beiradas das calçadas com algum resquício de água, mas os paralelepípedos já brilhavam secos, pelo vento que soprava folhas ou a poeira instalada nas bordas, esvaziando o cenário. Tudo expressava renovação, talvez não com os auspícios de dias floridos da primavera, mas com ares de outono hibernal, que aos poucos vai dando mostras de sua força. Um friozinho que se instala entre as persianas, um vento que ruge de quando em vez, varrendo qualquer possibilidade de fuligem ou folhagens como pequenas sombras desgarradas na noite de poucas luzes. Uma limpeza que a natureza se propõe. Pena que nem sempre o nosso eu interior

A pedra

Ao terminar de fazer as compras da feira, Maria Emília voltou para casa. Não tinha outra alternativa a não ser tomar o ônibus superlotado porque já era horário de meio-dia. Com dificuldade, passou a roleta e desviando-se de um e de outro, foi até o fundo do ônibus, já que a sua parada era bem distante. Com sorte, conseguiu um lugar, espremida entre as sacolas de compras e uma caixa trazida por um homem ao lado, além de outras pessoas que se equilibravam em pé, ocultando-lhe a frente, sem poder ver por onde o ônibus seguia. Na verdade, não precisava. Conhecia aquela rota como a palma de sua mão. Um suor forte empapava o rosto e o pescoço. Sentia uma certa vontade de urinar, mas esta necessidade não era adequada para aquele momento. Tinha que esforçar-se em pensar em alguma coisa bem diferente para a vontade não apertar ainda mais. As pessoas se acotovelavam e tentavam se mover de um lado para o outro, tentando adequar-se ao ambiente sufocante. Uma das sacolas, com aquele atropelo

O papeleiro, a biblioteca e a Instituição Acadêmica

  Esta crônica foi publicada no Jornal do Cassino, em 2009. Pela atualidade do tema, achei conveniente publicá-la também neste blog. O artigo da jornalista Marielise Ferreira, na edição de domingo, 30/12/08, de Zero Hora, traz o texto sugestivo “Do lixo para as prateleiras, com o seguinte subtítulo: papeleiro funda biblioteca em Passo Fundo e leva a literatura à periferia. No decorrer do texto, deparei-me surpreso e ao mesmo tempo emocionado com a atitude do Sr. Valdelírio Nunes de Souza, homem de origem simples, que estudou até a 5ª série fundamental, cuja sensibilidade aliada ao reconhecimento da importância dos livros, (os quais considera tesouros) abdicou do lucro de sua venda, para constituir uma biblioteca, visando compartilhá-la com os seus. Nesta altura, fico me perguntando, enquanto bibliotecário e servidor público, o que temos feito com as nossas bibliotecas, o quanto de importância dedicamos a sua estrutura, ao seu acesso, à disponibilidade da comunidade. Ta

Pesagem das crianças e benefícios

Que bom! Que bom que os serviços públicos estejam atentos às pessoas, aos cidadão s. Que bom que se faça pesagem das crianças até sete anos e das gestantes. Que bom que nos preocupemos com a atualização do calendário das vacinas e imunizações. Que bom que a matrícula escolar e a frequência de no mínimo 85% sejam fundamentais como exigência das políticas públicas, como o Bolsa Família. Que as mães e recém-nascidos devam participar das atividades educativas de aleitamento materno e alimentação saudável. Estes, por certo, terão no futuro, a educação tão preconizada, e que tanto queremos. Terão oportunidade de ler, escrever, amar as artes, encontrar nos livros o alimento da alma, porque quando crianças, seu cérebro cresceu sadio e suas mentes podem agora voar. Está passando o tempo em que as crianças eram desprovidas de inteligência para aceitarem o mínimo de abstração intelectual. Graças a Deus, a alimentação para que atinjam este patamar, está vindo antes. Que adianta ofe