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Duas sensações jamais serão iguais

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Às vezes, pensamos que podemos repetir o passado e viver aqueles momentos que julgamos felizes e únicos. Entretanto, nada pode ser revivido, nada volta. Não voltam os momentos felizes, nem quaisquer lembranças se tornam acontecimentos novamente. O pensador Heráclito dizia que ninguém pode entrar no mesmo rio, pois quando nele se entra, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Seguindo o raciocínio de Heráclito, podemos afirmar que ao mergulharmos na praia, jamais teremos as mesmas partículas de água, os mesmos movimentos, as mesmas marolas. Nem mesmo o ar, os ventos e o calor do sol serão os mesmos. É uma outra praia, um outro mar, um outro rio, um segundo depois de termos entrado. Quando se caminha na areia e retornamos no mesmo espaço, as pegadas nunca mais serão as mesmas. Nem as ondulações da areia, nem os grãos que mascaram os pés, nem o sol que as aquece. Nem os animais visíveis e invisíveis, nem a poeira que se estabelece a nossa passagem, nem a d...

Tempos e momentos

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Houve momentos em que não teve lua, ou seja, ela surgiu tímida entre algumas nuvens e desapareceu. Mas nós sabemos, que ela estava lá, escondida entre as nuvens e realizando os mesmos movimentos, claro que na sua velocidade, tão diferente da nossa percepção. Houve momentos em que a noite escura parecia se propagar e permanecer para sempre, que as estrelas houvessem sumido ou terminado o seu tempo e embora outras nascessem, não as víamos e o universo parecia mais escuro e solitário. Tínhamos impressão de uma noite eterna e que nunca mais veríamos a luz do sol. Mas, eis que o sol nasceu e aos poucos a luz no horizonte começou a surgir e iluminar os campos, as casas, as ruas, os dias. Houve tempo de muita seca, estiagem nociva para ao solo cada vez mais árido, cujos grãos morriam e os sobreviventes produziam frutos frágeis, esturricados pelo sol, danificados pela fragilidade de sua constituição. Houve tempo de chuvas, de alagamentos, da terra encharcada e vimos mu...

A chegada ou a partida?

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Todos queriam saber o que tinha acontecido com Norton. Nem ele sabia, mas tinha consigo que devia fazer alguma coisa a respeito. Seu corpo estava trêmulo e pela primeira vez em sua vida, sentiu medo de morrer. Era como se uma espécie de pânico investisse contra o bom senso e temesse um descontrole que impactava os seus pensamentos. Por um momento, imaginou que a balsa afundaria e o céu agora completamente encoberto, desandasse sobre aquela centena de carros que, através dela, atravessavam o canal. Uma nuvem espessa toldava ainda mais sobre sua cabeça. As pessoas saíam dos veículos para apreciarem o vendaval que se aproximava. Pensou que estavam enlouquecendo. Não era hora de passearem pela balsa, ao contrário, deviam se resguardarem dos raios. Pingos grossos começavam a cair e seu coração bateu mais forte. Se aquela maldita balsa ficasse à deriva, com aquela centena de carros e caminhões, perdidos em pleno oceano. Se afundassem, ele subiria no caminhão mais alto e esperaria ...