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sexta-feira, maio 26, 2023

Eu quero

Ilustração: RoySnyder in:pixbay.com



Eu quero ter a dúvida dos fracos, do que ter as certezas definidas. Eu quero ter os sonhos dos oprimidos, do que a realidade indolente dos vencedores. Eu quero sentir o cheiro dos pobres, dos mendigos, dos marginalizados, dos solitários das ruas, do que o perfume falso dos poderosos.

Eu quero sentir o sereno da noite, o vento fustigando o rosto, os olhos doendo, a fumaça dos becos, a melancolia das ruas, do que o ar refrigerado das mansões, as bocas fervilhando de questões com convicções, verdades absolutas, mãos que se tocam sorrateiras sem sentimentos ou empatia.

Eu quero saber que estou vivo, mesmo entre a morte, do que viver enclausurado em medos do outro e não de mim mesmo. Quero ter empatia para amar o próximo, mais próximo, aquele que avisto nas ruas, quase invisível, mas que de algum modo, alguma centelha de olhar, me toca, do que negar a sua existência e carimbar de algum modo seu passaporte para a morte. A morte do cancelamento, do não existir, do não ver, do não assumir, do não aceitar.

Prefiro o bafo quente e livre de seus desejos, do que o hálito artificial e embranquecido dos quereres ponderados. Prefiro a revolta dos que habitam um mundo que não é seu, nem meu, nem de ninguém, do que a submissão dos apáticos.

Enfim, prefiro viver, do que assistir, imaginando ser protagonista. Talvez a ribalta seja aqui, dentro de minha cabeça.

domingo, agosto 11, 2019

O dia dos pais

O dia dos pais é uma data magnífica para os pais, é claro, mas também muito importante para os filhos. É nesta integração de pais e filhos, que ocorre de maneira plena e permanente a humanidade na sua essência. A empatia, a alteridade, a solidariedade e o amor ou tudo isso, ao mesmo tempo, acontece nesta experiência. A experiência de pais e filhos.

O homem, a meu ver se transforma quando atribui a sua existência, o ato de ser pai. Alguém me disse, certa vez, que o homem ao ser pai é capaz de tornar-se outro ser, qualquer coisa, até mesmo um leão para defender o filho. Por muito tempo, pensei naquela conversa e tive um insight quando nasceu a minha filha. Aquele senhor tinha razão, o que expressara com tanta sapiência era a pura verdade, pois a vida transcorre num processo de alternância entre os fatos bons ou ruins, atraentes ou insignificantes, raros ou profundos, mas todos, todos eles tem extrema densidade e importância quando quaisquer circunstâncias, sejam quais forem, se refiram a nossos filhos. Somos outras pessoas, capazes de vencer o mundo, para proteger quem amamos.

Por outro lado, estas condutas oferecem aos filhos a perspectiva de cultivarem a humanidade que lhes é outorgada, o carinho, a luta cotidiana para mostrar o caminho certo, a condução propositiva nos meandros que se apresentam na vida de cada um, cujos percursos devem ser sondados e iluminados para que o fardo fique mais leve, mas acima de tudo, mais verdadeiro.

Os filhos, mesmo que não se deem conta, aprendem com os pais e embora distantes, agirão de maneira semelhante, porque lhes caiu na alma e na mente, as diversas nuances das atitudes e comportamentos e principalmente, os exemplos de vida. Também os pais aprendem com os filhos, pois cada vez que se age de modo representativo do amor, como um processo e um projeto de vida, também se apreende a humanidade no grau absoluto da identidade, da alteridade, do carinho, do amor. É a partir destas instâncias tão interligadas, que o homem se torna realmente homem e se transforma num ser melhor.

sábado, maio 25, 2019

Um momento festivo?

Por vezes, me pergunto em que condições uma pessoa em determinado momento festivo, oferece ao outro o inverso do que seria um desejo de felicidade, alegria ou paz, quando de sua performance dúbia naquele evento. Isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa, ao invés de demonstrar um sentimento que incida em boas perspectivas para o outro, mostra um discurso ao contrário. Quando se aproxima e abraça o vivente, na comemoração de amigo secreto, na festa de final de ano, quase o xinga de um modo intempestivo e irreverente, a ponto de restringir um momento de encontro, num espaço de desconstrução do outro. E para o espanto geral, concluindo que ele nunca participa de nada, não comparece às reuniões ou se exime de proferir qualquer opinião no grupo em que está inserido.

Fico pensando no significado da empatia e me pergunto, não teria esta pessoa nenhuma empatia para com o seu amigo?

De todo modo, não devo julgá-la. Por certo, a intenção era de mostrar-se, quem sabe, uma pessoa extrovertida, que gosta de fazer piada, não importa a quem seja, ou o momento. Ou talvez, nem se dê conta e pense que tudo não passa de uma grande brincadeira, para ela, claro. Por outro lado, há o risível e o melancólico, o festivo e o desanimador, o irônico e o constrangimento. Talvez por isso, a pessoa nem mesmo tenha consciência do que faz e sua atitude se torne tão risível quanto o seu objetivo de fazer rir. Por essas e por outras, é melhor ficar alheio, embora um tanto perdido entre tanta insanidade. E, se possível, levar como aprendizagem para vida. A ironia, o riso e a piada só sobrevivem onde haja interação entre duas ou mais pessoas. A que ri sozinha, ri de si mesma.

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