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A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO XXVII

Como hoje é terça, mais um capítulo de nosso folhetim rasgado "A casa oblíqua". Clara desceu do carro e dirigiu-se ao prédio. Entrou no elevador, evitando encontrar-se com algum vizinho, apesar do adiantado da hora. Estava suada e suja. Quando entrou no apartamento, correu para o quarto, guardando em seguida a chave, numa gaveta da cômoda, bem como os demais objetos, assim como estavam, empoeirados, jogando-os de qualquer maneira e fechando a gaveta, temendo ser observada. Correu para o banho, reservou-se um bom tempo, relembrando todo o cenário por onde andava. Vestiu um robe branco, atirando-se na cama. Ficou olhando para o teto, vendo nele as imagens da casa da praia. Estava ansiosa, embora satisfeita pelos resultados produzidos. Tinha consigo que nada mais a deteria. Jamais tomariam o apartamento sem que a justiça fosse feita. Estava de posse da chave, dos documentos, dos objetos que trazia de volta um passado glorioso. Esta seria a sua vida, a partir de hoje.

As cores de abril

“As cores de abril, os ares de anil, o mundo se abriu em flor. E pássaros mil, nas flores de abril, voando e fazendo amor.” O poeta Vinícius de Moraes identifica nestes versos, o início do outono, numa perspectiva de beleza e paixão, na qual a natureza tinge suas cores, dando voz à poesia. É abril que começa. É o outono que chega, a estação, a meu ver, mais suave e plena de matizes, cantos e poesia. Plenitude. Como se a paz reinasse por um período até chegar o inverno. O inverno, que para nós, gaúchos, em regra é rigoroso, em meio a ventanias e frio intenso. Entretanto, no inverno, resiste com grandeza a flor símbolo de nosso Estado, o brinco-de-princesa. Uma flor que vence as intempéries e justifica a sua resistência pela beleza que acolhe nossos jardins e praças. Uma flor que viceja durante todo o ano e tem a forma de um brinco, como os usados pela mulher gaúcha. Suas cores vão do azul, violeta, ao vermelho, branco e rosa, cujas nuances se mesclam aos coloridos