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O DOCE BORDADO AZUL - 27º CAPÍTULO

Nosso folhetim está chegando ao fim. Hoje, apresentaremos o 27º capítulo, faltando apenas dois para o encerramento. O último capítulo tem o número 29. Lúcia descobrirá o corpo de Gustavo no quarto amarelo? Ele terá realmente morrido? Quem matara Irmã Carlota? Que acontecerá a Lúcia? E a Laura? A quem se destina o doce bordado azul? Na próxima quinta-feira, a sequência desta história eletrizante, como se anunciava antigamente. Capítulo XXVII Um diálogo reticente Quando a encontrou desmaiada, Lúcia sentiu uma fisgada no peito. Não tanto pela situação deprimente, vendo-a fragilizada, sozinha, estirada no chão, mas principalmente porque sentia-se culpada, como se a houvesse traído. Ali estava ela, com a boca entreaberta, os olho semicerrados, perdida em seu mundo interior. Fez todas as tentativas para acordá-la, mas era em vão. Por fim, pensando em chamar o serviço de emergência, ouviu um gemido. Correu ao seu encontro e a viu abrir os olhos. Laura sinalizava alguma coisa, l

A CALÇA COMPRIDA

Lembro-me dele. Chamava-se Camilo, um nome que eu achava estranho. Mas nossa amizade era segura, firme, quase madura. Confidenciávamos sobre tudo o que nos acontecia, falávamos da família, das ideias políticas de nossos pais, das agruras de minha avó, que se limitava a sentir aquela falta de ar absurda, o sorriso complacente e tranquilo de meu avô, o seu olhar sereno e belo. Parecíamos adultos, mas éramos crianças e não passávamos da 5ª. Série. Ele parecia mais velho, era mais forte, mais ágil. Eu franzino, pernas finas, calças curtas, meias até o joelho. Estávamos felizes. Aproximava-se o dia da procissão de Corpus Christi que eu ansiosamente aguardava, não exatamente a procissão, mas a oportunidade que se antecipava de eu usar calças compridas. Minha mãe prometera que usaria neste dia. Naquela época, usar calças compridas significava quase a passagem para a vida adulta, um símbolo de masculidade. Estávamos ficando homens de fato, portando-nos como tal. Minha mãe passou dias

O DOCE BORDADO AZUL - 13º CAPÍTULO

Todas as terças-feiras e quintas publicarei capítulos em sequência do romance "O doce bordado azul". A seguir o 13º capítulo. Capítulo XIII A alma ferida de Laura A alma ferida de Laura Laura espeta o dedo com a agulha e larga o bordado rapidamente sobre a poltrona, chupando o sangue, evitando sujar o tecido. Está ansiosa, os dedos imprecisos, a mente conturbada. Embora já seja tão tarde, não consegue levantar da poltrona e dirigir-se à cama. Na rua, avista apenas sombras que se movem pela calçada, pessoas que passam rápidas, voltando para as suas casas, temerosas de assaltos, mãos nos bolsos, noite fria, vento forte, poeiras que voltam e rodopiam perto da janela, iluminadas à luz dos postes. Tudo o que Lúcia lhe contou, deixou-a humilhada, como se ela fosse a protagonista da história. Como a tinham atingido assim, tão rudemente, como se estivesse num tribunal da santa inquisição. Odiava aquela gente. Odiava aquelas freiras. Odiava aquele círculo fechado, um