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O SEGREDO

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Quando avistou a mãe no velho espelho do quarto, pensou que chegara a hora. Olhar enviesado, taciturno. Precisava de coragem, isso sim. Coragem que nunca tivera na vida. Era um fraco, diziam seus irmãos, truculentos e pouco amistosos. A própria mãe se preocupava com aquela passividade que sempre o caracterizara. Mas, enfim, era chegada a hora. Como contar porém, que à noite, não ia para a casa de amigos, mas apenas circular por vielas escuras. Um impulso indefinido. Talvez sentir-se vivo. Impulso, pulsão, compulsivo. Tudo que havia ouvido de centenas de psiquiatras, psicólogos, psicanalistas e até autores de autoajuda. Sabia, entretanto que precisava seguir o ritual. Um sentimento de busca, uma verdade inconteste que latejava no peito e respondia no sexo, o degrau inferior que percorria pensamentos, mas que o impelia a se sentir alguém. Talvez fosse um louco, destes que andam às escuras, escondidos nas brumas das árvores dos parques, prontos a atacar ou serem atacad...

A CIDADE QUE SABIA DEMAIS - CAPÍTULO 17

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No capítulo anterior o detetive Júlio Ramirez encontrou-se com o delegado Borba. A partir dessa conversa, teve novos planos e num encontro com o seu amigo Jairo, um madereiro que estava trocando de negócios, com a intenção de instalar um camping na cidade, decide falar sobre os suspeitos. Capítulo 17 Júlio encontra o amigo Jairo no bar. Tomam uma cerveja e recordam os velhos tempos. Em seguida porém, o tema passa a ser os crimes não solucionados na cidade. Jairo pergunta a quanto anda a investigação do detetive. — Bom, meu amigo, a passo de tartaruga, como tudo nessa cidade. Mas acho que estou no caminho certo. — E o que se passou com o delegado? — Como sabe que estive lá? — Marília me contou. Ela viu quando você se dirigiu à delegacia. — Aquela moça fala demais, não acha? — Sabe de uma coisa, Júlio? Eu ouço e fico calado. Deixo que as pessoas expressem os seus sentimentos, as suas curiosidades e vou sabendo de tudo. É uma boa tática, acredito eu. —Tenho certeza ...