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O cofre e as moedas

Seguir certas crenças ou talvez quaisquer delas, cristãs ou não, têm-se a impressão de que muitas vezes, Deus situa-se longe demais, num espaço tão distante que se equipara a estrelas inatingíveis. Pelo menos, o Deus do amor que Cristo nos revelou. Nestas religiões ou crenças, o contato com Deus exige muitos caminhos e a maioria deles tem meandros que desembocam em labirintos, aos quais não temos acesso ou nos perdemos na viagem. Para este contato, ficamos a sós, despidos de qualquer humanidade ou desejo, onde os conceitos se constroem nos percalços de uma sociedade idiotizada, na qual o ser humano parece o último da hierarquia animal. Para elas, as crenças e seus idealizadores, atingir este contato exige sobrepujar a dor, exaltar a imagem em detrimento do conteúdo, reproduzindo um ambiente de felicidade. Para ter o contato com Deus é preciso ser aceito na clã e equilibrar-se em cabos sob precipícios, sem rede de apoio, perdidos na fé cega de quem alcança apenas a pala

Por que temer a travessia?

Fonte da ilustração: https://pixabay.com/pt/metamorfose-casulo-borboleta-macro-228720/ Não penses que a borboleta baterá trezentas vezes as asas aos teus ouvidos, nem que as flores vicejarão impunes, mesmo que as regues e cuides todos os dias de tua vida. Um dia te cobrarão pela beleza que expressam. Um dia exigirás que seu perfume abranja um espaço maior e que seus brotos e ramos pululem abrangendo tua paisagem interior. Nunca pensaste que a vida viraria de ponta-cabeça, que o mundo que corria lá fora, corria muito mais veloz dentro de ti mesmo? Nem percebias o quanto teu espírito sugava o néctar de cada flor e as examinava muito mais do que as borboletas ou quaisquer outros insetos. Por certo, ficavas plasmado como uma folha tenra, mas sem vida, caída ao tronco da árvore, próxima à raíz, embora sem qualquer ligação com a seiva-mãe. Foi num salto que a vida te mostrou sem ressalvas o que eras e o que no fundo já sabias. Foi num salto que mergulhaste no nada, um vazio