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Sexo, erotismo e ...novo estilo?

Ela estava sempre às voltas com o fazer doméstico, preocupada que era com as mazelas do pouco tempo em que ele se esbaldava na poltrona, controle remoto na mão, zapeando desatinado pela mediocridade digital. Mas era seu direito, depois de um dia estafante, remoendo as contas do chefe, os passos desenfreados dos clientes, os argumentos insossos dos colegas. Era seu direito também, agitar-se no emaranhado de notícias e artigos interessantes no jornal assinado pelo fim de semana. Não que se lambuzasse assim, de qualquer jeito, na chafurdice que via de regra, embotava os sentimentos mais puros, atirando tudo e a todos no mar de lama, de acordo com as prioridades do editor. Não, relegava-os a segundo plano. Tinha consigo que a beleza das leituras estavam no que se encontrava nos cadernos, descartando as críticas das artes plásticas, cinema, música ou literatura, podia-se enveredar em caminhos ousados, às vezes, através de alguns incansáveis fazedores de estruturas renovadas, arejada

O DOCE BORDADO AZUL - 21º CAPÍTULO

Hoje é terça-feira. Nosso desbragado folhetim continua com o 21º capítulo. Na próxima quinta, continuamos na sequência. Espero que gostem! Faltam 9 capítulos para o fim! Capítulo XXI A briga e o reencontro Laura estava curiosa para saber detalhes do encontro de Lúcia com Bárbara, mas tinha lá suas reservas. Temia que tudo viesse à tona e devesse dar explicações à filha. Não era do seu feitio ficar na berlinda, justificar-se, como se deparasse com um tribunal. A curiosidade, porém era imensa. Percebera que Lúcia não se afastara um só segundo do quarto, desde que chegara. Via pela abertura debaixo da porta, uma luz que incidia pelo corredor, além de pequenos barulhos, como se carregasse objetos, fizesse as malas. Esperaria ali, na sua janela. Por certo, logo Lúcia lhe traria as novidades que tanto ansiava. Deixou-se ficar assim, quieta, assistindo um programa qualquer de tv, sem prestar a mínima atenção. Tomava de vez em quando um copo de refrigerante e mexia no controle co

O DOCE BORDADO AZUL - 17º CAPÍTULO

Nosso folhetim como se fazia no século XIX, nos jornais brasileiros, continua em todas as terças e quintas, na sequência dos capítulos. Hoje, como é terça-feira, apresentamos mais um capítulo. Capítulo XVII O amor de Laura Laura ouviu a filha afastar-se para o quarto. Foi até o canto da sala e a avistou: assim magra, esquálida, olhos inchados. Ela havia chorado. Mas que podia fazer se era assim, tão suscetível. Por que se preocupava tanto com a morte? Por que temia a morte? Na verdade, Lúcia sempre fora uma menina assustada, com medos estranhos, terrores do desconhecido, e a morte para ela, nada mais era do que o enfrentamento do ritual. O que sempre a assustou foi todo o ritual do velório, da palidez do cadáver, dos cantos fúnebres, da missa de corpo presente. Isso que a assustava, também causava-lhe certa curiosidade, que não conseguia evitar. Sabia que no fundo, havia um certo prazer com a morte e esse frisson a deixava em pânico. Não suportava alegrar-se com o ritual, conce