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Mostrando postagens com o rótulo livro

O que Saint-Exupéry, um amigo e as redes sociais tem a ver?

Há muitas coisas que nos chamam a atenção, quando participamos de redes sociais como o facebook, o twitter, o Snapchat, Instagram, entre outras. Por exemplo, há pessoas que conhecemos ou não e que compartilham assuntos de mesmo interesse, como no meu caso, a literatura, a política, filmes, músicas, ciências da informação, com ênfase em biblioteca, os livros enfim. Não sou muito dado a bate-papo online, nem participar de redes de orações, discussões religiosas, jogos, nem muito menos expor coisas muito íntimas, como por exemplo, um beijo apaixonado em minha mulher (porque se já foi fotografado, por certo, feito alguma pose e publicado na rede) então, já este beijo não é tão espontâneo assim, é meio dramaturgia, não é mesmo? Claro, que ocorrem os flagrantes e isso é legal. Mas falo daqueles encontros arrumadinhos, tudo muito certinho e o beijo tascado de forma cinematográfica. Ah, isso é engraçado. Há coisas intimas também, como um jantar em família, na alegria em estar com a família n

Um pouco sobre mim e meus livros publicados

Eu trabalhei na FURG como bibliotecário. Lecionei também Português, Inglês e Literatura em escola pública. Formado em Letras Português/Inglês, Biblioteconomia e Especialista em Ciências da Informação. Atualmente, sou membro da Academia Rio-grandina de Letras. Escrevo no blog letras-livres.blogspot.com.br e participo da página literária do Jornal Agora, no caderno O Peixeiro, pela Academia Rio-grandina de Letras. A página literária no facebook é: https://www.facebook.com/guilsonlitteris/ Sobre os livros publicados: Como escritor, participei da Coletânea de Conto, Poesia e Crônica, Edições EG da All Print Editora, 2009. Ainda em 2009, integrei a Antologia de contos “Outras águas”. Participei da antologia Contos Vencedores 2013 de Araçatuba, com o conto “A margem oposta e na Antologia de Contos de Santo Ângelo, 2014. Em 2017, Antologia de contos “Metamorfoses”, com o conto “Emblema da morte em vida”. Publiquei dois romances: “O eclipse de Serguei”, pela editora Biblioteca

Um olhar instigador

Muito se fala sobre o livro e com muita propriedade. Há expressões das mais variadas que ilustram com perfeição a finalidade, a valorização e a importância do livro. Kafka fala sobre o livro com certa dureza, mas seu intuito é o de inspirar uma transformação no homem. Vejamos: "Deveríamos apenas ler livros que nos mordem e nos espicaçam. Se a obra que lemos não nos desperta como um golpe de punho no crânio, qual é a vantagem de ler?”. Os livros devem provocar sensações, deixar marcas, fazer a alma voar e a mente repensar, repensar e deglutir com paciência, quase intolerância, o que recebe. Assim é a arte em geral, que deve instigar, mexer com o nosso conforto existencial e impulsionar um olhar novo no que se vê e sente.

ATUALIZAÇAO DA ENTREVISTA DADA AO BLOG DO SIB

 Atualização da entrevista dada ao blog do Sistema de bibliotecas FURG para a Bibliotecária Simone T. Przybylski. Foi atualizada apenas para efeito de divulgação dos últimos livros publicados. A entrevista original está no link: http://bibliotecafurg.blogspot.com.br/search?q=entrevista+bibliotecário 
 1)    Com que idade começou a escrever ? Teve alguma influência de alguém ? Acho que comecei a escrever quando aprendi a ler. Ficava muito tempo tentando descobrir o significado das palavras, principalmente nos jornais e revistas que meu pai lia. Ele me incentivava muito nesta descoberta. Também ganhava muitos livros, lembro que na 4ª série primária, ganhei “Aladim e a a lâmpada maravilhosa” e devorei o livro em pouco tempo. Em seguida, veio “Tiradentes e o aleijadinho : as duas sombras de Ouro Preto”, de Sérgio d. T. Macedo, livro que possuo até hoje. Também lia as histórias do Sítio do Picapau Amarelo (esta uma coleção de minha irmã). O que eu adorava mesmo eram as histórias de mistério

A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO XXXV - FINAL

A SEGUIR ÚLTIMO CAPÍTULO DE NOSSO FOLHETIM DRAMÁTICO – A CASA OBLÍQUA Clara correu ao escritório, juntou rapidamente os documentos,examinando-os por um momento, verificando se não havia nenhuma falha na escritura e na procuração efetivada por Dona Luiza, guardando-os com cuidado. Depois, descontrolada, escancarou a janela, fixando-se no outro apartamento. Do outro lado, Cida sorria, irônica. Tomada de ódio, Clara fechou as venezianas, machucando os dedos nos ferrolhos e imaginou que todos estavam em concordância com Cida. Juntos, se preparavam para dar o golpe fatal, pra tomar o que era seu. Não permitiria, lutaria até o fim, nem que para isso fosse necessário matar aquele impostor. Era uma mulher livre, mais dia, menos dia, tudo seria arquivado. Não tinha o que temer: era uma trabalhadora e cumpridora de seus deveres. Respirou fundo, para acalmar-se. Empurrou a veneziana lentamente para se certificar que Cida ainda se encontra lá. Não havia ninguém. Clara sorriu. Ela havia de

Um menino que voa alto

Começou devagarinho a chamar-me a atenção. A princípio, uma ideia aqui, outra acolá. Noutros momentos, um pequeno rabisco, como quem recém está se desenvolvendo e quer o peito, faminto. Aos poucos, se observa que o bebê está crescendo e começa a pedir-nos coisas. Exige cada vez mais cuidados, como se estivesse prestes a cair em ciladas. Então o analisamos com cautela, aceitamos seus pedidos, aumentamos os recursos. Começa a ficar bonito, rechonchudo, umas bochechas vermelhas de bebê de rótulo de leite. Ele cresce mais e já é um adolescente. Aí que o conflito aumenta, nem tudo está adequado aos seus desejos. Quer mais, precisa tornar-se mais forte e resistente, para que todos o vejam com vigor e sabedoria. Mas sabedoria só não basta. É preciso zelo, coerência, beleza, músculos fortes e tórax robusto. Está quase no ponto de se mostrar à audiência. Precisa então de um clímax e por isso nos enlouquece a ponto de acreditarmos que não chegaremos ao final. O que busca ele? O que
Os dez textos mais acessados no mês de outubro ( 02/10 a 31/10/16) 1º. AS AULAS DE DONA MARINA 2º. O menino e o livro 3º. Webrádio de qualidade, com a melhor programação 4º. Trabalho voluntário no Hospital Psiquiátrico: uma provocação para a vida 5º. A margem oposta 6º. A fotografia da vida de Santa - CAP. 13 7º. Meu pai, a jawa e o Irmão Cassiano 8º. A fotografia da vida de Santa - CAP. 11 9º. A fotografia da vida de Santa - CAP. 9 10º. Alguns aspectos do filme “A pele em que habito” de Pedro Almodóvar Fonte da ilustração: fotografia do poeta e escritor Wilson Rosa da Fonseca.

O menino e o livro

O menino punha as mãos nas páginas devagar. Escorregava os dedos e percebia que além do som e do movimento, havia alguma coisa ali que o prendia. O menino sabia que era o conteúdo. Mas como conhecer o que está escrito, sem decifrar os códigos. E quais são os códigos? As letras, os sons, os fonemas. Conhecia pouco de tudo isso: uma sílaba aqui, uma letra dali e formava-se a palavra e de palavra em palavra, descobria o mistério. O menino era sábio. Percebia que tudo é uma coisa só: leitor, leitura, autor, ideias. Tudo vem na mesma viagem. O trem carrega o texto e o texto carrega o trem. Assim a trajetória se forma. O livro é como o trem, matutava o menino, assim repleto de gente, de mercadorias, de cargas que vão de um lugar para o outro. Todos têm importância no caminho. A leitura é isso. Por isso, foi criado o dia nacional do livro, 29 de outubro, quando Portugal disponibilizou grande acervo da Real Biblioteca para a nossa biblioteca, aqui no Brasil. O menino des

Por que escrevemos? Por que lemos?

Fonte da ilustração: https://pixabay.com/pt/trabalho-workaholic-escritor-1627703/ Bem, é uma questão um tanto difícil, levando-se em conta as diferentes possibilidades, desejos e experiências de cada um. Escreve-se para viver, às vezes, respirar, transformar a poeira dos ossos em energia para alcançar os degraus onde o sol pisa. Considero que os escritores de todas categorias, seja em que suporte expressem a sua arte, tem como fundamento interno uma procura constante da verdade, com suas buscas visando partidas ou encontros, ou seja, mostrar que outra realidade é possível. Afinal, o que se deseja se não desmitificar a pretensa realidade? Uma realidade revelada a partir de milhares de padrões, tanto midiáticos, políticos, religiosos, científicos, empíricos ou sociais. Uma realidade que se metamorfoseia dia a dia de acordo com as conveniências e as máscaras que lhe impõe a sociedade com interesses diversificados. A literatura, portanto tem esta função social e política de resga

Um cirurgião de almas, apenas

Às vezes, fico imaginando algumas coisas de um modo estranho que não combina com o que muita gente pensa. E me pergunto, se há alguma maneira de pensar da mesma forma. Claro que não há. Por mais que nos esforcemos em sermos semelhantes, somos muito diferentes, e por conseguinte, nosso modo de agir e de pensar. Que bom que pensamos de maneira distinta, porque aí se dá a democracia de ideias, tão arranhada hoje em dia. Cada um com o seu jeito, a sua história de vida, a memória que carrega consigo entrincheirada nas suas vivências e experiências com os seus e os que estão próximos. Pensamos antes na família, depois na escola, nos amigos, mais tarde nos colegas de profissão e assim por diante. Mas, às vezes fico pensando um pouco diferente demais, se é que é possível engendrar esta expressão assim, no nosso rico idioma. Por exemplo, observo a maneira contraditória como as pessoas agem em relação a determinados temas, como por exemplo, a leitura da realidade que fazem através da míd

A alteridade no romance “O filho eterno” de Cristóvão Tezza

Muito se tem falado sobre o romance “O filho eterno” de Cristóvão Tezza, inclusive o livro virará filme em 2017. Há centenas de predicados e muitas considerações críticas favoráveis ao romance, o que sem dúvida condiz com a reconhecida qualidade literária do autor. Numa publicação anterior dissertei um pouco sobre o conceito de identidade e alteridade, por isso gostaria de fazer uma relação do conceito da alteridade que se percebe no relacionamento do protagonista com o filho e consigo próprio. Este fato remete à identidade e à alteridade, no sentido do protagonista (o próprio escritor) ver no outro (o filho) o desfecho de uma perspectiva que não aconteceu, em virtude da Síndrome de Down. “O filho eterno” de Cristóvão Tezza seria o encontro do homem consigo, na perspectiva de ser pai e criador de sua própria tessitura literária, mas a trama revela num primeiro momento o desencontro de um pai que tem o filho com Síndrome de Down. Com o decorrer da narrativa, fica claro

A CIDADE QUE SABIA DEMAIS - 8º CAPÍTULO

CAPÍTULO 8 Depois desta conversa com Jairo, os dois se separaram e Júlio voltou para o hotel. Na portaria, deparou-se com outra pessoa. Certamente, não era o turno de Rosa. No quarto, tomou um banho longo, vestiu um pijama e deitou-se um pouco. Adormecera talvez por meia hora ou mais. Estava com fome, aquela cachaça o deixara faminto. Ligou para a recepção, perguntando se serviam jantar. Não era hábito do hotel, até porque era um estabelecimento de pequeno porte, mas adiantariam o lanche da manhã para ele, com alguns ovos fritos e talvez, até acrescentassem um copo de vinho. No restaurante do hotel, apenas algumas luzes foram acesas, iluminando principalmente a mesa onde Júlio se encontrava. Tomara o restante do vinho e observara a rua pela vidraça. Era uma avenida estreita, com pouquíssimas residências. Sabia que a alguns quilômetros apenas ficava o rio que dividia a cidade, mas cuja região mais desolada ficava após a ponte. Talvez meia hora dali. Recordou a sua infânc

Breve análise das crônicas “A aranha”e “A palestra”do livro “Outras águas”

Estas duas crônicas foram vencedoras em 1º e 2º lugar do XXIII Concurso Internacional Literário das Edições Ag. A crônica “A aranha” revela o homem moderno, num mundo em que tudo é permitido, no qual todas as escolhas são possíveis e, ao mesmo tempo, fica dividido, tornando-se desta forma, confuso em seus relacionamentos, na sua vida cotidiana e profissional. Apesar de todas as possibilidades que o mundo oferece, o homem se vê preso a padrões que remetem ao senso comum, induzindo a todos experenciarem o modo de vida da mesma forma, agindo segundo regras pré-estabelecidas, sejam morais ou éticas. Entretanto, talvez pela complexidade humana, o homem despe-se deste ser correto e adequado à sociedade. Tal como Jung declarava, o homem usa a persona para mostrar-se ao mundo, mas deixa a sombra oculta nas mais distintas ocasiões, sem que se revele a sua verdade. Usa subterfúgios e máscaras no seu dia a dia, porque o que aparenta na família, no trabalho ou nos seus relaciona