
O menino punha as mãos nas páginas devagar. Escorregava os dedos e percebia que além do som e do movimento, havia alguma coisa ali que o prendia.
O menino sabia que era o conteúdo.
Mas como conhecer o que está escrito, sem decifrar os códigos.
E quais são os códigos? As letras, os sons, os fonemas.
Conhecia pouco de tudo isso: uma sílaba aqui, uma letra dali e formava-se a palavra e de palavra em palavra, descobria o mistério.
O menino era sábio.
Percebia que tudo é uma coisa só: leitor, leitura, autor, ideias.
Tudo vem na mesma viagem.
O trem carrega o texto e o texto carrega o trem. Assim a trajetória se forma.
O livro é como o trem, matutava o menino, assim repleto de gente, de mercadorias, de cargas que vão de um lugar para o outro.
Todos têm importância no caminho.
A leitura é isso.
Por isso, foi criado o dia nacional do livro, 29 de outubro, quando Portugal disponibilizou grande acervo da Real Biblioteca para a nossa biblioteca, aqui no Brasil.
O menino descobriu isso também, inclusive que o local escolhido ficava em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.
Depois, no dia 29 de outubro de 1810, fundou-se a Biblioteca Nacional do Livro, noutra região do Rio de Janeiro.
Ah, o menino conheceu outra novidade: Há muito tempo atrás, após a criação da prensa tipográfica, por Johannes Gutenberg (1398-1468), deu-se a publicação do primeiro livro em série, que ficou conhecido como a Bíblia de Gutenberg.
E no Brasil, o primeiro livro publicado foi Marília de Dirceu, escrito por Tomás Antônio Gonzaga.
É preciso festejar o dia do livro, porque ele decifra a história e nós fazemos parte dela.
Tudo a mesma coisa, pensou o menino.
Fonte da ilustração: https://pixabay.com/pt/figura-de-pedra-menina-leitura-1464796/
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