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Trabalho voluntário no Hospital Psiquiátrico: uma provocação para a vida

Participávamos de um grupo de jovens religiosos, no início da década de 80. Era um grupo incomum, porque embora ligado à igreja católica, recebia participantes sem religião definida, sendo um deles, inclusive, espírita. Formava um caldo interessante, porque os argumentos, ainda que às vezes, estéreis, produziam alguns encaminhamentos para discussão. Era realmente um agrupo eclético e ecumênico.
A linha que nos norteava era a solidariedade com o próximo. Queríamos inconscientemente modificar o mundo, pelo menos minorar o sofrimento dos que estavam a nossa volta. Diversos temas vinham à pauta, tais como moradores de vilas pobres, desempregados, idosos do asilo, crianças sem acesso a brinquedos ou lazer. Era uma pauta bem extensa, mas houve um tema que foi sugerido por mim.
Tratava-se de algum tipo de trabalho com os pacientes do hospital psiquiátrico. Houve de imediato, uma certa aversão e pânico pelos integrantes do grupo.
Classificavam os transtornos mentais a partir da agressividade, da falta de controle, do perigo iminente do confronto. Naquela época, no ano de 82, provavelmente eu não pensasse nestes termos, mas hoje, eu diria que é temor interno, um medo da loucura que todos nós temos e, por conseguinte, uma negação da mesma.
Eu era um aluno que estava iniciando o curso de Letras, enquanto trabalhava na biblioteca da Universidade, no início de carreira. Tinha 18 anos, pouca experiência da vida, tal como os meus companheiros de grupo e somente estava disposto a fazer alguma diferença na sociedade marginalizada que percebíamos de modo precário através dos jornais e da TV, a conta-gotas, porque nesta época de censura e ditadura, pouco se sabia da realidade do país.
Na biblioteca, tinha acesso a livros como “As veias abertas da América Latina “ de Eduardo Galeano, no qual o autor fazia uma digressão histórica desde a descoberta da América, com a desvalorização dos índios, e sua inevitável redução, através das perdas enormes que sofriam, até os dias atuais, do século XX, inclusive, no Brasil, onde o Estados Unidos marcavam presença forte através do FMI, prometendo milagres, mas apenas organizando um controle financeiro sobre o País e em toda a América. Em outras obras, principalmente utilizadas por professores do Curso de História, que eu percebia politizados, aos quais eu procurava acompanhar, fazendo indagações e muitas vezes, aproveitando a leitura dos livros, ao serem devolvidos.
Não me esquivava da músicas do Chico Buarque, cujas metáforas ressaltavam a situação do Brasil e eu, um pouco diferente para os jovens da época, curtia muito o Chico, além de outros cantores de mensagens semelhantes.
Também, nessa época, proliferavam os debates sobre as Comunidades Eclesiais de Base, ligadas à Teologia da Libertação, nas quais eu participava de corpo e alma. Seu foco principal era a reunião em comunidades produzidas a partir da proximidade dos bairros, que compartilhassem dificuldades e miséria, compostas por membros despossuídos e descontentes com a realidade social e política em que viviam. Queriam pregar a mensagem bíblica anexada à luta pela melhoria social, sem perder a caridade e os preceitos da fé.
Eu participava de seminários imensos, realizados na Escola Salesianos e toda aquela efervescência de ideias e ideais me encantava e me tornava mais consciente de meus projetos.
Além disso, participava das conversas intermináveis entre meu pai e um tio, que discutiam política intensamente, muitas vezes, de forma velada, para que suas opiniões não saíssem das quatro paredes de nossa sala.
Havia momentos em que eu e meu pai debatíamos esses temas políticos; eu, na intemperança da idade imatura, ele no bom senso de sua experiência, às vezes concordava comigo em vários pontos e elucidava ou contrapunha outros.
Tenho comigo que minhas convicções políticas se originaram destas experiências, sei que aproveitei o que pude e absorvi um pouco da realidade do País que era a minha Pátria, uma Pátria, em que determinado tempo, assumiu sinistro lema era” Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Mas, voltando ao tema inicial, sobre as reuniões de nosso grupo, lembro que meus amigos não se preocupavam muito com esta discussão política, ao contrário, queriam falar em festas, garotas e bebidas. Cada vez mais o grupo se furtava a discussões políticas e aos poucos se reduzia a um ou outro interessado. Com uma de minhas amigas, que estudara no Lemos Jr., a nossa escola do curso médio, eu tinha grande empatia e embora nossos assuntos versassem em geral sobre literatura, havia um pouco de tudo, inclusive de política. O grupo de jovens, no entanto, estava interessado nas atividades solidárias, o que sem dúvida era uma atitude valiosa.
Quanto ao projeto, que seria o de trabalhar no hospital psiquiátrico, do qual eu ainda não tinha uma noção exata do que faríamos, houve mais dois integrantes corajosos que toparam a tarefa árdua. Depois de muito debate, decidimos iniciar o trabalho a partir de uma conversa avalizada com um psiquiatra, que trabalhava no hospital.
A princípio, o psiquiatra, apesar de bem interessado, ficou um tanto apreensivo sobre o resultado final de nossa atividade. Provavelmente, tenha ficado em dúvida se resultaria num dado positivo, prevendo tratar-se de uma utopia de jovens despreparados. Adiantou-nos em fazer um pequeno relatório sobre os pacientes e o ambiente inóspito que iríamos encontrar. A cada observação, ficávamos mais entusiasmados com a possibilidade de interagir de algum modo e transformar a situação, por mínima mudança que ocorresse.
Sabíamos que não faríamos milagres, mas a nossa disposição era imensa. Por fim, ele elogiou nossa coragem, inferindo que havia uma brecha em nossa utopia, pois a realidade mostrava que o fato de alguns doentes serem abandonados no hospital psiquiátrico por muitos anos, a nossa presença oportunizaria a possibilidade de algum retorno positivo. Afinal, seria uma visita exclusiva deles. Desejou-nos boas-vindas e acertou nossos horários de ida ao hospital. Seria nas tardes de sábado e quando dispuséssemos de um período livre, poderíamos ir às quartas, que também eram os dias de visita.
No primeiro dia, a nossa reação um tanto assustada seria considerada natural, visto que o ambiente físico era soturno, triste, muito parecido com o de uma prisão. Além disso, observávamos aquelas pessoas andrajosas caminhando pelos corredores, falando consigo mesmas, disputando baganas de cigarros, rindo ou chorando à toa, transmudando sua fisionomia em imagens distorcidas, às vezes, com ódio, noutras, irônicas ou simplesmente passivas e tristes.
Era de praxe, alguns permanecerem quietos nos cantos, às vezes, sentados no chão, em absoluta depressão e isolamento. Um que outro agredia a si mesmo ou batia nas paredes, indo de imediato para a cela de punição, onde deviam ficar como resultado de seus atos agressivos. Aquela situação, de certo modo, nos revoltava e nos deixava angustiados. Entretanto, eram normas da Instituição e o nosso dever era apenas enfrentar o problema.
Com o passar do tempo, começamos a nos ambientar no hospital, conhecíamos cada meandro das salas que compunham o posto de atendimento de medicamentos, a copa onde faziam as refeições, geralmente um café com leite e pão torrado, servidos em copos de plástico e o pátio onde muitos deles permaneciam e, no qual, alguns recebiam as visitas dos parentes.
Também começamos a conviver com os pacientes mais antigos, aqueles que fatalmente moravam no hospital por terem sido abandonados por parentes e não tinham para onde ir. De certa forma, essa atitude dos gestores do hospital era uma medida generosa e adequada àquela situação.
Lembro de uma senhora, a Dona Guides que fora abandonada há mais de 20 anos, na época, pelo companheiro. A partir daí, ela se recusou a falar e apenas movia o corpo, num balanço, evitando qualquer proximidade.
Um que outro nem sabia quem os tinha deixado ali e se tinham parentes na cidade ou não.
Havia toda uma gama de pessoas que constituíam uma comunidade heterogênea, observando aqui, apenas os comportamentos, sem me referir às doenças, por desconhecimento médico. Mas reporto-me aos diferentes personagens que transitavam naquele cenário confuso, desde prostitutas poliglotas que trabalhavam na região do porto, até homens que abusavam de crianças (pelo pouco que nos diziam) e também alcoólatras de passagem transitória, mas que vez ou outra, voltavam, assim como homens que tinham uma vida produtiva, mas que se descontrolavam emocional e fisicamente por algum motivo, até os viciados em drogas. Estes é os que mais contavam histórias.
Por uma estratégia de trabalho, decidimos que cada um de nós deveria se ocupar principalmente de três pacientes. Claro, que em meio às conversas, estaríamos sempre prontos a interagir com os demais, mas àqueles três nos dedicaríamos, com um objetivo definido. Sendo assim, eles perceberiam que a visita era exclusiva e poderiam ter um melhor rendimento. Por certo, não esperávamos melhoras, longe de nós esta ousadia. A nossa intenção era proporcionar momentos em que se sentissem melhor ao nosso lado, mais aceitos, mais felizes.
Entre as pacientes com as quais me envolvia, obedecendo o nosso planejamento era justamente a Dona Guides, aquela senhora abandonada pelo companheiro e que se recusava a falar. Sem dúvida, nos dedicávamos a outros pacientes, mas ela estava sempre por perto. Em determinados dias, ela desaparecia, ficava em sua cela ou num canto do pátio. Nestes momentos, eu me aproximava, sentava num banco qualquer e chamava a sua atenção para uma revista, uma fotografia ou um objeto qualquer que eu trazia, como um livro. Às vezes, falava de minha família, minha infância e ela ouvia sem emitir um som. Por momentos, parava de se mover e eu percebia que ela se acalmava e ouvia atentamente. Noutros, se dispersava, fumava a bagana, que mastigava na boca de poucos dentes e voltava ao movimento contínuo. Nesta ocasiões, eu me calava. Deixava que as nuvens de seu cérebro amainassem e me detinha em outros pacientes. De esgueiro, percebia a sua presença por perto. Com o passar do tempo, Dona Guides percebeu que a visita era para ela e começou a me seguir. Eu fingia não entender, e dispondo de uma psicologia de almanaque, improvisava algumas histórias, cujas tramas imputava a mim. Certa vez, li um conto meu. É provável que não tenha achado a menor graça, no entanto, dessa maneira eu levava adiante o meu objetivo. Sentia a presença durante todo o tempo, sem se afastar, como se devesse me acompanhar naquela leitura ou ficasse grata com a companhia. Na verdade, a gratidão era minha.
Uma outra atividade que planejávamos era a de organizar festas, geralmente dedicadas aos aniversariantes da semana e quando não havia nenhum, inventávamos um aniversariante do grupo, com a intenção de realizar da festa. Na verdade, nosso propósito era que eles ouvissem as músicas, divertindo-se uns com os outros e conosco. Talvez, dessa forma esquecessem por algum tempo o cotidiano triste que constituía as suas rotinas.
Via de regra, conseguíamos o bolo em padarias ou confeitarias e os doces e refrigerantes eram por nossa conta. Cantávamos parabéns ao redor da mesa, juntávamos todos, inclusive a única enfermeira que trabalhava aos sábados, e oferecíamos um presente ao aniversariante.
Numa dessas festas em que não havia nenhum paciente de aniversário, a saída foi criar um aniversariante do dia. Eu fui o escolhido para a tarefa. No meio da festa, vieram ao meu encontro com uma euforia e sinceridade, que me emocionou, me felicitando, desejando sorte e alegria. Naquele momento, senti uma ponta de culpa pela mentira, mas sabia de antemão que a fantasia era necessária, cujo resultado superava qualquer transgressão.
Uma outra atividade se relacionava às campanhas de higiene, cujos produtos arrecadávamos com os colegas de trabalho, da Universidade, com os vizinhos, e até através de solicitações a supermercados. Todos os produtos de higiene pessoal, além de produtos de beleza aumentavam a autoestima e produziam uma necessidade estética. Alguns se penteavam com as escovas, outros guardavam afoitos os xampus e contavam sobre a campanha aos familiares. Esta sensação de autoestima, entretanto não se sustentava por muito tempo, pela dificuldade da doença, ou pela piora, segundo o estágio em que determinado paciente se encontrava. No entanto, o fato de voltarmos com as campanhas, acrescentava outros momentos de realização, por isso, era imprescindível a nossa insistência.
Um outro fato interessante ocorria em dias de tempestade, nos quais os pacientes revelavam-se muito ansiosos, como se o prenúncio de mudança do clima os afetasse pessoalmente, de tal forma que ficavam agitados e irritados.
Num desses dias, em virtude de meus colegas faltarem e a enfermeira permanecer na portaria, por confiar em nosso trabalho, eu fiquei sozinho entre eles. A princípio, não me preocupei e decidi cumprir a minha tarefa como de hábito. Entretanto, o clima desandou, começando uma chuva esparsa, aliada a trovoadas e escuridão. Eles começaram a caminhar pelo corredor indo à copa e voltando, entre gritos, com extrema ansiedade. Por um momento, temi algum caso mais agressivo. E quanto mais um gritava, mais o outro ficava nervoso, o que desencadeava uma reação de ansiedade e agressividade cada vez maior, como efeito dominó. Então, tive uma ideia, que no fundo, não era muito honesta, mas que talvez acomodasse as coisas. Lembrei que carregava pastilhas nos bolsos. Decidi chamar a atenção de todos, como como fazia a enfermeira, ao dispor os medicamentos na hora indicada.
Imediatamente, alguns fizeram fila e os demais se aprumavam, esticando as mãos, na espera do remédio. Acho que a fila lhes proporcionava um certo prazer, como um ritual a ser cumprido, talvez porque conehciam o efeito que as pílulas produziam. Comecei a distribuir as pastilhas, sempre exigindo que se organizassem, para evitar confusões. Em consequência, eles reagiram de maneira semelhante à fila que a enfermeira organizava e ao receberem a pastilha, acalmavam-se e voltavam para a copa, local onde costumavam ficar em dias de chuva.
Eram experiências incríveis e uma que me tocou profundamente, ocorreu a partir de um fato inusitado e jamais esperado por nós, muito menos nas reuniões que tínhamos semanalmente com o psiquiatra para relatarmos as nossas atividades e presumíveis reações dos pacientes. Tratava-se de Dona Guides, a senhora que evitava falar, cujo fato marcante e emocionante foi a necessidade que mostrou em se expressar de alguma forma. A princípio, emitia alguns grunhidos, exigindo muito esforço e uma boa dose de euforia, mas aos poucos, foi elaborando frases inteiras, cujo conteúdo servia para concordar conosco ou tentar argumentar alguma coisa. Claro que eram expressões modestas, mas percebíamos a necessidade em nos alertar que estava em contato, que queria a nossa presença, que precisa de nós. Mal sabia ela, que a alegria que nos proporcionava, acrescentava sentido a nossa vida. A troca de experiências se consolidava e nos sentíamos plenos em nossa missão. O medo de hospital psiquiátrico ou dos considerados loucos, não era para nós. A loucura grassava Brasil afora, transformando homens decentes em párias, alijando-os de suas liberdades individuais, torturando-os, expulsando-os de sua pátria. A loucura era muito maior e devastadora, do que a que nós presenciávamos e convivíamos.
Além de Dona Guides, havia mais dois pacientes com os quais eu me ocupava mais detidamente, conforme o combinado. Tratava-se de um homem, beirando os 40 anos, que costumava ler as notícias e quaisquer artigos nos jornais e os descrevia minuciosamente, com uma capacidade criadora incomparável. Também havia outra senhora que falava muito, praticamente sem ouvir, apenas o que sua mente conturbada ditava e em muitas oportunidades, entrava em surtos, que a levava a esquecer por um tempo de nossas visitas.
Dediquei-me com mais afinco à Dona Guides, neste texto, para descrever um fato que me deixou muito emocionado e me fez rever muitas coisas em minha vida. Certa vez, sofri um acidente e acabei ficando doente por algum tempo. Para minha surpresa, em determinado dia, apareceram estas três pessoas em minha casa, acompanhadas por uma enfermeira.
Era a primeira vez que Dona Guides saía para a rua, após tanto tempo, e nos gestos que fazia e nas poucas palavras que usava, demonstrava uma satisfação intensa. Os demais pareciam orgulhosos da visita. Eu, muito sensibilizado, me sentia recompensado, por ter, de algum modo, provocado aquela pequena revolução. Uma revolução que não somente atingiu a ela, mas a todos nós e principalmente a mim.


Fonte da ilustração: https://pixabay.com/pt/photos/teia-de-aranha-noite-fumo-rede-1644984/

Comentários

Jane Darckê disse…
Li com muita atenção esse relato. E me emocionei. Justo eu que sou tida como "durona", me emocionei... São realidades tão próximas de nós, e ao mesmo tempo, muito distantes, porque nos acostumamos a não olhar o que não queremos ver. Nos acomodamos em nossos mundinhos. Desde que comecei a frequentar um Centro espirita, e começamos a fazer visitas voluntárias a hospitais de periferia, sanatórios, asilos, orfanatos e penitenciárias, minha concepção sobre a vida e a humanidade mudou muito.
Por algum motivo que não sei explicar, as experiências que mais me tocam são as visitas a hospitais psiquiátricos e manicômios Judiciários. Talvez porque temos a idéia de que nesses lugares é que está o ser humano na sua mais abjeta forma, e ao mesmo tempo, mais exposto ao que há de pior. Mas não é assim... Não sinto que essas pessoas escolheram ser o que são, estar como estão. Pelo menos não nesta vida (papo espírita que nem todos partilham, claro).
Tenho estudado bastante, lido bons livros a respeito, e navegado entre blogs. E este, me sensibilizou muito, pela forma humana com que fala de si, dos amigos e principalmente dos internos que visitou e apoiou em algum momento. Somos responsáveis pelo que cativamos, já disse O Pequeno Príncipe, e é uma realidade.
Parabéns a você, que escreveu essa crônica de um assunto pesado, de uma forma clara, sem didatismos, nem ser pedante. É uma leitura importante para os que estudam ou se interessam por essas pobres pessoas, que muitas vezes, nem sabem mais quem são, ou foram. Obrigada, de coração.
Abraço fraterno, Jane Darckê.
Gilson Corrêa disse…
Muito obrigado, Jane Darckê pelo teu comentário e a maneira sensível com que o fizeste. Tens razão quando falas nestas pessoas que encontramos na vida, por algum momento, ou por algum motivo. O que é preciso, acima de tudo, e tu sabes disso, é ter, além da empatia, que é nos encontrarmos com o outro e acharmos que somos semelhantes, é mais do que isso, o que se chama alteridade, ou seja, nos colocarmos no lugar do outro. É isso que nos torna humanos e percebemos a nossa identidade, a nossa verdade tão próxima ao do outro. Grande abraço e volta sempre ao meu blog.

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