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Mostrando postagens com o rótulo médicos

Indignação

Indignação Há um tempo atrás, eu comentava muito sobre política nas redes sociais, mas com o passar do tempo, percebi que falava apenas para uma bolha, que acreditava nos mesmos ideais e valores políticos com os quais eu me orientava. O outro lado, a outra bolha, não dava a mínima importância. Eu jamais mudaria o pensamento ideológico de alguém, com os meus argumentos. Nem se podia conversar com franqueza nessa dicotomia que passou a vigorar no Brasil, embora sempre houvesse de forma disfarçada. No máximo, o que passei a fazer, foi alguns comentários em publicações de amigos ou curtidas ou mesmo alguns compartilhamentos. E se publicava alguma coisa, o fazia de modo subjetivo, no qual, quem o lesse, perceberia nas entrelinhas o pensamento crítico ali embutido, pelo menos, é o que eu pretendia. Mas hoje, porém, com o funesto e histórico discurso do Presidente da República, que repudia tudo o que está sendo elaborado e executado pela sociedade civil, através das recomendações da O

O AMOR E A PIEDADE : sentimentos distintos

Há milhares de expressões que tentam expressar e explicar o que é o amor. Platão, ligando o amor à beleza e ao bem, dizia que o amor liberta o ser humano e o conduz à verdade. Para Santo Agostinho, o amor é o nexo que une as pessoas e as diviniza. Somente o amor é capaz de explicar a vida da alma e a sua possibilidade de se elevar ao conhecimento unitivo de Deus. Enquanto Platão se preocupava em conceber o amor como o elo, a ponte entre o corpóreo e o espiritual, entre o relativo e o Absoluto, entre o particular e o Universal, Santo Agostinho via o amor como o nexo entre o divino e as pessoas. Mas há centenas de filósofos que dissertaram e tentaram explicar o amor, como Spinoza, Jean-jacques Rousseau, Friedrich Schleeirmacher, Aristófanes, Arthur Schopenhauer e tantos outros. Do mesmo modo, os poetas e compositores à sua maneira, cantaram e encantaram o amor em todas as suas nuances. Eu não seria capaz de fazer uma explanação a respeito do tema com esta intensidade e conhe

O DOCE BORDADO AZUL - 3º CAPÍTULO

Todas as terças-feiras e quintas publicarei capítulos em sequência do romance "O doce bordado azul". A seguir o 3º capítulo A vara verde Quando a mãe chegou já passavam das quatro horas. Lúcia havia desistido de procurá-la, de telefonar aos conhecidos, procurar nas farmácias próximas, arriscar-se fisicamente. Afinal, uma mulher sozinha, como ela, andando pelas ruas, altas horas da noite, poderia sofrer um assalto, tomar parte numa batida policial, exigirem seus documentos, desconfiarem de suas atitudes. Sua mãe não deveria sair sem avisar-lhe. Foi um despropósito, uma desconsideração. Agora estava estirada na cama, resguardada pelos anjos, sonhando sabe lá Deus com quê, e ela, Lúcia, acordada, incapacitada de dormir, tão agitada se encontra. Tinha vontade de acordá-la, impedir-lhe o sono tranquilo intercalado de roncos assustadores, interceptar-lhe a paz. Mas nada resolveria, a não ser prolongar o seu sofrimento, a sua raiva. Além disso, viera com a desculpa infantil que