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terça-feira, março 17, 2020

Que o vírus imploda

Nem sei o que digo, o que penso, o que desatina meu coração naufragado. São dores fortes que não abandonam o barco, ao contrário, o transformam numa pequena embarcação a esmo, metida entre juncos e macegas, tentando se desvencilhar e arriscar na velha lagoa. Avisto homens arrastando camarão em redes precárias. Sei que estão errados, tão perdidos quanto eu em minhas elucubrações. Quisera voltar à sanidade, à civilização, ao lustro das vitrines emolduradas em ouro das grandes lojas de grife. Quisera desfilar entre os ricos e famosos de Milão. Quisera fugir da miséria da morte e destruição. Quisera desafiar a arrogância e camuflar meu coração de ideias positivas. Nada é verdade. Tudo é falso e nulo. Tudo conspira pela morte e dor. Tudo foge do comum, do normal, do construtivo, do planejamento. Tudo é sorteio: de vidas, de horas, de momentos, de parcelas da população que se aglomera, dos vendilhões do templo, das promessas vãs, das febres altas, das dores na alma. Quisera ser um vírus, tão mortal e disseminador como este e atacar a ignorância, o caráter inculto e desonesto dos governantes, a subserviência patética e bovina dos seguidores, a complacência da mídia, a destruição civilizatória, a falta de empatia com o semelhante. Mesmo que agora todos se apresentem como são, que não temam mais parecerem e serem machistas, homofóbicos, racistas, enfim, fascistas; que o vírus imploda e transforme o que é sangue e dor em novos auspícios de vida. E que as lojas de grife sirvam para o olhar curioso e não identifique a morte. E que as favelas se nutram da luta diária pela sobrevivência e não pelo medo da morte, nem da bala perdida, do assalto, da segurança mal administrada, muito menos da gota de saliva espalhada na roleta do metrô.

sexta-feira, março 08, 2019

Dia Internacional da Mulher


Nem sei se a mulher tem muito a comemorar no seu dia, num País como o nosso, em que não se respeitam os direitos humanos, onde há tantos feminicídios, considerados por alguns como vitimização feminina.

País, no qual assédios sexuais e morais passam a ser fenômenos comuns numa sociedade machista e patriarcal.

Os homens ainda carregam a pecha cultural do machismo e somente aos poucos, haverá uma mudança, desde que se conscientizem da realidade feminina e suas próprias dificuldades, superando assim o retrocesso que ainda vigora no Brasil.

De todo modo, as mulheres lutam com bravura e dignidade. Por isso, me solidarizo e as felicito pelo Dia Internacional da Mulher

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