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A bandeira e o eclipse

Minha mãe era muito zelosa com as atribuições da escola. Na primavera de 66, estávamos mais preocupados com o provável eclipse que ocorreria no Brasil, especialmente na região sul, do que outros eventos cotidianos, como por exemplo confecionar bandeiras brasileiras. Eu já tinha tudo pronto em minha mente, usaria uma chapa de raios x para observar o céu, até que o sol desparecesse e a terra se alinhasse com a lua, escurecendo a cidade. No balneário Cassino, no entanto, a situação seria ainda mais eufórica e esperada. Afinal, a Nasa lançaria 14 foguetes na praia com a intenção de investigar o fenômeno. Havia muita gente no Cassino, inclusive mais de 300 cientistas do exterior. Minha mãe, entretanto estava disposta a cumprir a sua tarefa. Levou-me à loja Isaac Woolf e com a paciência das mulheres em escolher tons para os tecidos, permanecemos na loja mais de uma hora. Eram matizes que não acabavam mais. Tons que iam do verde escuro ao mais claro, azul que deveria compor um cé

Um pouco sobre mim e meus livros publicados

Eu trabalhei na FURG como bibliotecário. Lecionei também Português, Inglês e Literatura em escola pública. Formado em Letras Português/Inglês, Biblioteconomia e Especialista em Ciências da Informação. Atualmente, sou membro da Academia Rio-grandina de Letras. Escrevo no blog letras-livres.blogspot.com.br e participo da página literária do Jornal Agora, no caderno O Peixeiro, pela Academia Rio-grandina de Letras. A página literária no facebook é: https://www.facebook.com/guilsonlitteris/ Sobre os livros publicados: Como escritor, participei da Coletânea de Conto, Poesia e Crônica, Edições EG da All Print Editora, 2009. Ainda em 2009, integrei a Antologia de contos “Outras águas”. Participei da antologia Contos Vencedores 2013 de Araçatuba, com o conto “A margem oposta e na Antologia de Contos de Santo Ângelo, 2014. Em 2017, Antologia de contos “Metamorfoses”, com o conto “Emblema da morte em vida”. Publiquei dois romances: “O eclipse de Serguei”, pela editora Biblioteca

Resenha sobre o meu romance “O eclipse de Serguei"

O romance “O eclipse de Serguei” produz a sensação ao leitor de estar incluído num mundo complexo e cheio de veleidades do qual não faz parte. Um mundo da ficção. Entretanto, com o desenrolar da trama, é possível perceber que o mundo que se apresenta está bem ali, ao alcance da mão, ao folhear das páginas, é o nosso mundo real, onde transitam diversos personagens que podem ser as pessoas com as quais convivemos: o porteiro de nosso prédio, o professor da escola de nossos filhos, a vizinha ao lado. O eclipse de Serguei é assim ousado, revelando a realidade crua de nossas vidas, nas quais a violência latente campeia devagar, insinuando-se em nossas relações, condutas e preconceitos. No entanto, esta realidade acontece de uma maneira suave, sem pressa, de tal forma, que nos cativa e remete a um cenário muito peculiar e ao mesmo tempo familiar, inferindo em cada página, o desejo de nos inteirarmos das tramas desenvolvidas. Há, sem dúvida, a emoção desenhada na cada fala dos

QUESTIONAMENTOS SOBRE O ROMANCE “O ECLIPSE DE SERGUEI” DE GILSON BORGES CORRÊA

Por que o nome do romance “O eclipse de Serguei”? Serguei é um homem na faixa etária de 30 anos, cuja vida se resume numa luta constante entre o cotidiano medíocre e sua vida interior comandada por ações passadas. Trabalha num cartório e faz um turno numa biblioteca de um museu, mas parece não se sentir à vontade em lugar nenhum. Faz uma crítica feroz aos colegas, ao chefe, principalmente recheada de preconceitos, que embotam seus sentidos e pensamentos. O romance se chama “O eclipse de Serguei”, porque quando pequeno, tomado por uma curiosidade infantil, ele pretendia munido do maior interesse, assistir ao eclipse. Neste momento, porém, estava numa escada, observando uma aranha que colhia uma mosca em sua teia. Lá , costumava caçar os insetos e guardá-los num pote. Quando a empregada, uma mulher ignorante e perplexa com o fenômeno, corria para todos os lados acendendo velas, ele se desequilibrou e perdeu o eclipse. Neste mesmo dia, seu pai desaparecera para sempre de sua vida. Era u