Nosso folhetim como se fazia no século XIX, nos jornais brasileiros, continua em todas as terças e quintas, na sequência dos capítulos. Hoje, como é terça-feira, apresentamos mais um capítulo. Capítulo XVII O amor de Laura Laura ouviu a filha afastar-se para o quarto. Foi até o canto da sala e a avistou: assim magra, esquálida, olhos inchados. Ela havia chorado. Mas que podia fazer se era assim, tão suscetível. Por que se preocupava tanto com a morte? Por que temia a morte? Na verdade, Lúcia sempre fora uma menina assustada, com medos estranhos, terrores do desconhecido, e a morte para ela, nada mais era do que o enfrentamento do ritual. O que sempre a assustou foi todo o ritual do velório, da palidez do cadáver, dos cantos fúnebres, da missa de corpo presente. Isso que a assustava, também causava-lhe certa curiosidade, que não conseguia evitar. Sabia que no fundo, havia um certo prazer com a morte e esse frisson a deixava em pânico. Não suportava alegrar-se com o ritual, conce
Este blog pretende expressar a literatura em suas distintas modalidades, de modo a representar a liberdade na arte de criar, aliada à criatividade muitas vezes absurda da sociedade em que vivemos. Por outro lado, pretende mostrar o cotidiano, a política, a discussão sobre cinema e filmes favoritos, bem como qualquer assunto referente à cultura.