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A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO XXVI

O nosso folhetim prossegue hoje com a entrada de Clara na casa enterrada na areia, que supõe ser de Dona Luisa. Investigando os entulhos que encontra, faz várias descobertas interessantes. Por outro lado, no passado, Luisa enfrenta a mãe após saber que havia delatado Saymon. Divertam-se com o capítulo XXVI. Clara calçou os sapatos, temendo ferir os pés nos cacos das vidraças. Com esforço, abriu uma segunda janela, ajustando o corpo contra a parede, empurrando o ferrolho emperrado. Sentiu-se vitoriosa. Com a luz da rua, pode ver o assoalho, com tábuas quebradas ou frouxas. Alguns móveis esparsos pela sala em ruínas, uma poltrona com pés de palito, da qual não se percebia as cores, tão gasta e envelhecida se encontrava. Uma mesa de um metal semelhante a bronze. Nada mais havia. Então, Clara enveredou por outras peças, que se tornavam cada vez mais escuras, à medida que se afastava da sala. Entrou no que seria um quarto. Olhou em torno. Viu que não havia móveis, mas uma janela a

A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO XXV

No capítulo anterior de nosso folhetim, Clara continua investigando o passado ou tentando encontrar algum fato que justifique a sua vida, descobrindo a casa de praia, que teria sido da mulher que tanto admirava. No capítulo a seguir, retomamos o passado para mostrar a odisseia de Luisa, no período da guerra. Capítulo XXV Um destino do qual não se escapa, nem se pode evitar. Luisa estava absorta em seus pensamentos melancólicos. Não se habituava com a tristeza da mãe, com o desatino do pai à procura de notícias consistentes, com a própria aflição, horas a fio à espera de informações através de algum radioamador. Comunicava-se com países aliados, mas não conseguia nada de concreto. O que sabiam apenas era a notícia mãe recebera: o estranho desaparecimento do irmão. Não sabiam se Lucas havia desertado, fugido para outra região ou morrido em algum campo inimigo. E já fazia mais de dez dias que tal fato fora comunicado. Se não fosse a companhia constante e amiga de Saymon, ela não te

A CASA OBLÍQUA - CAP. XVIV

Clara acordou ainda recordando a visita à Dona Luisa. Tinha a impressão de vê-la assim, tão próxima, que a imagem ficava na retina e custava a dissipar-se. Mas agora, devia tomar suas providências. Assumir o que de fato lhe pertencia: o apartamento ao lado. Não deixaria que o tomassem, principalmente pessoas que nunca a procuraram, que nunca se importaram com a sua vida. Muito menos, Cida, uma sem-teto, que agora cismava em surgir à janela, desafiando-a. Levantou-se com uma tontura que a atingia e a deixava sem tino, como se desconhecesse os caminhos de sua casa. Esforçou-se em tomar um banho rápido para acordar-se de vez. Antes de despir-se, Clara ainda avistou os livros atirados no chão, cópias de artigos espalhadas e a monografia por fazer. Sentiu um empuxo como se aquela visão a obrigasse a retornar à realidade. Foi só um segundo. Deu de ombros, desleixada. Passou pelos objetos, chutando-os, como se os retirasse para sempre de sua vida. Avançou para o banheiro e organizou

A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO XIV

Clara acordou e já não se reconhecia como a mulher centrada e responsável que era. Estava arrependida por ter tomado uma atitude impensada, moldada pelo momento, inspirada nas confidências e a confiança que aumentava com a convivência com Nael. No entanto, não devia deixar que as coisas acontecessem daquela maneira. Ela já havia sofrido muito, já se frustrara demais com Bruno. Não podia cair na mesma armadilha da paixão, da ilusão de que estava apaixonada, de que iriam construir um futuro juntos. Não, ela não devia se iludir daquele modo, como uma adolescente, principalmente depois de tudo que havia passado. Além disso, Nael não era um homem que poderia levar consigo ao cinema, fazer compras no shopping, casar, ter filhos. Era um homem marcado, um clandestino, que devia à justiça de seu país e permanecia ilegalmente no Brasil. O tempo se esgotava rapidamente e mais dia, menos dia, estariam à cata dele, como um criminoso e ela estaria seriamente prejudicada. Foi aí, que teve uma idéia,