Não sou uma pessoa boa. Talvez tenha até boa índole, mas costumo procrastinar em várias circunstâncias de minha vida. E isso, eu sei, me torna uma pessoa má. Não má, a ponto de planejar algum malefício, ou mesmo, exceder-me em ímpetos de fúria. Mas como disse, postergar, atrasar, adiar providências. Quem sabe, atrasar alguns recados, algumas notícias adversas, algumas informações duvidosas, não fosse de todo mal. Mas, tenho a péssima mania de esquecer determinadas ações a que me propus e isso me torna uma pessoa má. Se não, vejamos, quem esqueceria de entregar figuras de santos em virtude de uma promessa para a saúde de alguém? Quem esqueceria de divulgar, espalhar e ampliar a fé para atingir um objetivo maior, se não, a melhoria da saúde da pessoa? Eu. Outro dia, encontrei centenas deles, espalhados em uma gaveta, hoje já não tão seguro de sua influência nos objetivos terrenos. Por outro lado, quem esqueceria dar um mimo para um amigo, após uma viagem? Como por exemplo a miniatura de um azulejo de Lisboa, a torre Eiffel ou a medalha de Lourdes? Quem os esqueceria no fundo de uma gaveta e um ano depois, os encontraria com o nome das pessoas citadas, enroladas com uma fita, indicando a lembrança do amigo? Eu. E tem aquelas roupas que separamos das usadas no roupeiro, deixamos limpas e perfumadas, guardamos numa sacola para uma futura distribuição nos dias frios e ficam eternamente à espera da correta ação. Quem somente lembraria quando uma alma atenta às atribulações humanas, comentasse dos dias difíceis de um inverno incessante. Eu. Mas faço-o sem planejamento ou organização. A doação ocorre no momento da dor, do sofrimento, do encontro, da imagem da pessoa, olho no olho. Talvez aí, ocorra a minha absolvição. Não sei. Ou talvez nada absolva meus erros, nem conforte meu espírito, talvez, quem sabe, uma virada de chave. Talvez eu precise apenas olhar para dentro de mim, observar as gavetas, mitigar as dores e encontrar as saídas.
Estranha obsessão (2011), ( pode haver alguns "spoilers" ) em francês “Le femme du Vème” ou em inglês “ The woman in the fifth” é uma produção franco-polonesa, dirigida por Pawet Pawlikowski. Ethan Hawke e Kristin Scott Thomas formam o estranho par romântico na trama de mistério. O protagonista é Tom Richs (Ethan Hawke), um escritor norte-americano que se muda para Paris, para se aproximar de sua filha. Já em Paris, depois de ser roubado, se hospeda em um hotel barato. Numa livraria, é convidado para uma festa, onde conhece uma viúva de um escritor húngaro (Kristin Scott Thomas), tradutora de livros, com a qual mantém um romance. Por outro lado, mantém um romance no hotel, com uma linda polonesa (Joanna Kulig, atriz polonesa). Por fim, é acusado de suspeito por um crime, pois seu vizinho de quarto é assassinado. Para livrar-se da acusação, tem como álibi o encontro com a viúva, em sua casa, porém, a polícia descobre que a mulher havia cometido suicídio em 1991. Mas toda es...
Comentários