Lendo uma das citações de Bertold Brecht, o dramaturgo alemão do século XX, cujos trabalhos artísticos e teóricos influenciaram o teatro contemporâneo, percebemos que seus pensamentos são tão universais e de nosso tempo, que parecem vaticinar o que viria acontecer no futuro.
Senão, vejamos suas palavras:
"Nada é impossível de mudar.Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar."
Observamos, portanto, que este pensamento se encaixa na situação que estamos vivendo, de arbitrariedade e golpe na democracia.
Pense bem, desconfie do "simplinho", do falso humilde que vota pela pátria, pela democracia, pelo amor a Deus e à família.
Sabemos que não vivemos num mundo de ficção, mas esta parece cada vez mais entranhada na visão humana, principalmente na dos políticos em sua descarada hipocrisia.
Hoje não é dia de compor silêncios, mas externar de algum modo a nossa indignação seja em que cenário façamos parte, no trabalho, na escola, na feira, na loja, no shopping ou dentro de nossa comunidade.
Ficar atento e mostrar a realidade, não aquela manipulada da mídia, mas a que salta aos olhos e nos fere o coração.
Entretanto, parece que tudo fica como está, no governo, nos três poderes da Nação.
Tudo se acomoda como numa carroça de abóboras e todos vão assimilando o desandar das coisas, como se fosse natural.
Onde estão os panelaços? Onde está a indignação contra a corrupção?
Parece que somente havia um único propósito, o golpe parlamentar e era isso que parte da população desejava. Como numa novela da Globo, o que vale, são os fins para os mocinhos das tramas, não interessam os meios.
Triste Brasil.
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