Certamente há centenas de críticas e resenhas sobre o filme “A vida no paraíso”, dirigido pelo sueco Kay Pollak, mas há sempre um aspecto a explorar e nunca é demasiado se falar de um bom filme. A vida no paraíso é um destes filmes em que os personagens são envolvidos na trama existencial de suas vidas, tão pacatas, mas borbulhantes de problemas e confrontos numa sociedade machista da pequena cidade em que vivem. É para lá, que o maestro famoso volta, Daniel, o protagonista, retomando uma busca que sempre se propusera, talvez de forma inconsciente. Uma retomada ao passado, à vida simples e também cheia de contradições desse lugarejo, aliás, o lugar onde nascera. Lá vivera os primeiros anos de sua vida e logo se mudara para a cidade grande, para tornar-se um grande maestro. Após uma transformação física e espiritual, volta à cidade natal, aos costumes, aos velhos conflitos. Não há nada aqui relatado que possa tirar a surpresa do filme, pois logo no início da película, surge a causa principal de seu retorno à cidadezinha, o qual não foi aqui explicitado. De todo modo, resta-nos ressaltar este retorno como um ajuste de contas pessoal, uma constatação que as coisas permanecem como eram e que as pessoas não mudaram, nem mesmo ele. Apenas assumira uma qualidade intelectual que talvez a maioria ainda não alcançara. Percebera que o amigo de infância continuava tão agressivo e truculento, e que certamente todos prosseguiam com suas singularidades internas, sem grandes avanços. No decorrer da história, organizando o coral em que as pessoas do lugarejo participam, a sua presença vai influenciando na vida de cada uma, cuja possibilidade de mudança se torna mais próxima a partir de suas ideias. Na verdade a mudança interior já está imbuída em suas mentes, dái o conflito interno, a tensão exterior, o desejo de enfrentar novos rumos e finalmente os avanços. Essas possiblidades tranformam a fisionomia da cidade, a trajetória de cada cidadão que se conhece e participa daquele clubinho outrora fechado. É um filme lindo, sensível, capaz de emocionar e de fazer-nos refletir na capacidade de crescimento que temos a nossa frente e muitas vezes, ou na maioria da vezes, precisamos de alguém para apontar-nos o caminho. Para mim, aí está a maior qualidade do filme. O protagonista de A vida no paraíso é interpretado por Michael Nyqvis, um grande ator, que já havia trabalhado na comédia Bem-vindos. Outros autores que participam com especial competência são Frida Hallgren, Lennart Jähkel, Ingela Olsson e Niklas Falk. É um filme, como citado, sueco, do ano de 2004 e foi indicado como melhor filme estrangeiro em 2005. Vale à pena embrenhar-se pelos meandros da sensibilidade e do afeto verdadeiro, onde pessoas comuns transformam a sua realidade e a dos demais.
Estranha obsessão (2011), ( pode haver alguns "spoilers" ) em francês “Le femme du Vème” ou em inglês “ The woman in the fifth” é uma produção franco-polonesa, dirigida por Pawet Pawlikowski. Ethan Hawke e Kristin Scott Thomas formam o estranho par romântico na trama de mistério. O protagonista é Tom Richs (Ethan Hawke), um escritor norte-americano que se muda para Paris, para se aproximar de sua filha. Já em Paris, depois de ser roubado, se hospeda em um hotel barato. Numa livraria, é convidado para uma festa, onde conhece uma viúva de um escritor húngaro (Kristin Scott Thomas), tradutora de livros, com a qual mantém um romance. Por outro lado, mantém um romance no hotel, com uma linda polonesa (Joanna Kulig, atriz polonesa). Por fim, é acusado de suspeito por um crime, pois seu vizinho de quarto é assassinado. Para livrar-se da acusação, tem como álibi o encontro com a viúva, em sua casa, porém, a polícia descobre que a mulher havia cometido suicídio em 1991. Mas toda es...
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