
Há momentos em que a multidão restringe os movimentos, os passos, os suspiros e outros em que a solidão prevalece em espaços vazios, produzindo estranhamentos em nossos mundos.
Há momentos de abastança, festas eloquentes e climas de euforia. Outros de espanto, pobreza e medo.
Há momentos de certeza, outros desconfiança.
Há momentos de temperança e tolerância. Outros em guerra lutando por paz.
Há momentos de entusiasmo, criatividade e procuras, outros de trabalho e suor.
Há momentos de prazer, de excessos e devaneios, outros de reflexões e dúvidas.
Há momentos que se cruzam, que se interpõem e se unem, ou morrem ou se recriam.
Por isso pergunta-se: por que lá fora o frio, a dor, o medo, a angústia, o sofrimento?
Quem sabe aqui, também, hospitais a céu aberto, onde as feridas não curam e os algozes as aceleram.
A vida, às vezes, ecoa sonora e musical, lá fora. E aqui, retumba surdo o som que some e não se assume.
Quem sou eu nestes encontros? Quem somos nós? Um mundo sem fim? Uma verdade sem dor? Uma dor irreal?
Talvez bastem apenas os momentos, aqueles que se atravessem nas fronteiras, que se encontrem e se mirem. Mirar produz o elo, porque o outro é espelho de mim.
Fonte da ilustração: https://pixabay.com/pt/users/Quadronet_Webdesign-1555018/
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