Pular para o conteúdo principal

Skinheads

Infelizmente, falar-se de skinheads no mundo atual, inclusive no Brasil, é deparar-se com uma maneira de pensar, que está cada dia mais presente nas nossas escolas, no bairro em que moramos, nas festas que comparecemos, até mesmo na própria família. Há endeusamento geral na internet, inclusive homenagens aos integralistas do passado. Os adeptos à ideologia neonazista se proliferam, sem que percebamos a sua presença. Mas basta que fiquemos atentos às investidas nos debates de alguns grupos, ou de pessoas que jamais imaginaríamos ter tais pensamentos reacionários e as surpresas se sucedem. O mundo parece que involuiu, os jovens em vez de avançarem, estão regredindo nos seus conceitos, com idéias cada vez mais retrógradas e conservadoras. Se não, lembremos do caso Geise, a moça de vestido curto que foi ameaçada na Universidade. Não nos cabe aqui julgar se ela queria mesmo ser assediada, se queria aparecer na mídia, se pretendia posar nua e tornar-se mais uma "celebridade" vazia e transitória dos dias pós-modernos. O problema consiste nesta retomada do conservadorismo, da forma disfaçada e hipócrita da sociedade em se relacionar. Os skinheads ampliaram o seu elenco de ódio, além dos judeus, homossexuais, negros, passaram a ser intolerantes a qualquer diferença, à miséria, à pobreza, aos imigrantes, aos nordestinos, enfim, aos que fogem do paradigma estruturado do senso comum de suas cabeças pouco pensantes. Eles estão aí, agredindo a todos e agredindo-se inconscientemente. Este tema é tratado no meu livro "o eclipse de Serguei", no qual faço o possível para demonstrar o sofrimento e o ódio de um candidato a skinhead, mostrando a sua tragetória e o perfil formado (e deformado) a partir de uma ideologia conservadora e intolerante

Comentários

PULICAÇÕES MAIS VISITADAS

Estranha obsessão : um filme de muitas perguntas e poucas respostas

Estranha obsessão (2011), ( pode haver alguns "spoilers" ) em francês “Le femme du Vème” ou em inglês “ The woman in the fifth” é uma produção franco-polonesa, dirigida por Pawet Pawlikowski. Ethan Hawke e Kristin Scott Thomas formam o estranho par romântico na trama de mistério. O protagonista é Tom Richs (Ethan Hawke), um escritor norte-americano que se muda para Paris, para se aproximar de sua filha. Já em Paris, depois de ser roubado, se hospeda em um hotel barato. Numa livraria, é convidado para uma festa, onde conhece uma viúva de um escritor húngaro (Kristin Scott Thomas), tradutora de livros, com a qual mantém um romance. Por outro lado, mantém um romance no hotel, com uma linda polonesa (Joanna Kulig, atriz polonesa). Por fim, é acusado de suspeito por um crime, pois seu vizinho de quarto é assassinado. Para livrar-se da acusação, tem como álibi o encontro com a viúva, em sua casa, porém, a polícia descobre que a mulher havia cometido suicídio em 1991. Mas toda es

Trabalho voluntário no Hospital Psiquiátrico: uma provocação para a vida

Participávamos de um grupo de jovens religiosos, no início da década de 80. Era um grupo incomum, porque embora ligado à igreja católica, recebia participantes sem religião definida, sendo um deles, inclusive, espírita. Formava um caldo interessante, porque os argumentos, ainda que às vezes, estéreis, produziam alguns encaminhamentos para discussão. Era realmente um agrupo eclético e ecumênico. A linha que nos norteava era a solidariedade com o próximo. Queríamos inconscientemente modificar o mundo, pelo menos minorar o sofrimento dos que estavam a nossa volta. Diversos temas vinham à pauta, tais como moradores de vilas pobres, desempregados, idosos do asilo, crianças sem acesso a brinquedos ou lazer. Era uma pauta bem extensa, mas houve um tema que foi sugerido por mim. Tratava-se de algum tipo de trabalho com os pacientes do hospital psiquiátrico. Houve de imediato, uma certa aversão e pânico pelos integrantes do grupo. Classificavam os transtornos mentais a partir da ag

Lascívia

Este conto é um desafio de uma oficina online, sobre a elaboração de um conto erótico com o protagonismo masculino. Carlos estava sentado na poltrona, ao lado da janela, entediado. Quem diria que ficasse assim, depois da reunião com os estagiários e as modelos excitantes que participaram da aula de pintura. Entretanto, nem a aula ou as mulheres faziam-no esquecer o homem que se atravessara na frente do carro, obrigando-o a parar quase em cima da calçada. Por um momento, imaginou tratar-se de um assalto, apesar da aparência de executivo. Mas quem poderia confiar num homem de terno e uma maleta embaixo do braço, hoje em dia? Dera uma desculpa, dizendo-se interessado em saber sobre as suas aulas. Carlos não respondera. Estava irritado demais para explicar qualquer coisa. Levantou-se, pegou um café e voltou a sentar-se, olhando o deserto da rua que se alongava além da vidraça. Não chegava ninguém, era o que pensava. Entretanto, não demorou muito e bateram na porta. Espiou