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A notícia sobre a restauração da imagem de Nossa Senhora do Caravaggio, em
Farroupilha, tem no mínimo, um quê de absurdo. Parece que que conta realmente nos dias de hoje, é a
aparência, até mesmo da imagem das santas. Fica de somemos importância a fé, o
carisma de Nossa Senhora, a devoção dos peregrinos. Segundo a maioria que reivindica a maquiagem
na face da estátua, reitera a desproporcionalidade da imagem, identificando uma
figura excessivamente feia e por isso, não compatível com a grandeza de Nossa
Senhora. Mas onde está a grandeza, se
não um elo de intercessão entre os fiéis e Deus? Ou na aparência que deve
incentivar o turismo? E que critérios foram discutidos para sugerir uma mudança
na estrutura da escultura? Quais os critérios artísticos que comprovam que há
uma desproporcionalidade na obra? Quem pode afirmar que esta condição que foge
ao modelo padronizado não induz a formas
artísticas que produzam movimento e ideias, quem sabe uma grandeza simbolizada
na força de Nossa Senhora? Que modelo de beleza é adequado para que ocorra essa mudança, que não leva em
consideração a contrariedade do próprio escultor? Quando a visitei, achei tudo
deslumbrante e nem me preocupei com o tamanho da estátua, talvez imbuído por um
único objetivo, o de interagir aquele momento com a mais absoluta fé. Mas para
o caso que nos deparamos, fica a pergunta: o que é mais importante para os devotos e
peregrinos? Para as pessoas que procuram um regaço para suas dores, seus
pedidos, seus agradecimentos? O comércio? O turismo? A beleza da imagem da
santa? A fé? Ou a falta dela? É de pensar.
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