Fonte da ilustração: waldryano do site www.pixabay.com  Olhar-se no espelho, meio dormindo, assim pela manhã e deparar-se com uma face nova, que não a sua, não é tão surpreendente assim.  Acontece, às vezes, com qualquer mortal. Principalmente, se ele está completamente desiludido de seus sonhos.  Aconteceu com Gustavo, certa vez.  Olhou-se no espelho, demorado. Piscou um olho, a resposta simultânea assegurava que era ele. Mas tinha consigo, que alguma coisa estranha tinha acontecido naquela noite.  Afinal, o mundo desandara a seus pés.  Escrevera mil histórias, publicou algumas, contos, crônicas, artigos em revistas, até um romance, considerado o primogênito bem amado. Esperou afoito que acontecesse, que desabrochasse para as audiências, que o lessem sofregamente.    Nada aconteceu. Nem um comentário, nem uma notícia boa, nem uma página de jornal.  Tudo burocrático, organizado por ele e 10% pela editora.  Como pensava que teria este vigor todo para tocar em frente, conquistar as plat...