quarta-feira, outubro 02, 2013

Os pombos não devem ser alimentados


Tenho observado que nas ruas da cidade, e não somente em praças ou próximos à igrejas, os pombos proliferam de modo desregrado a p
onto de serem atropelados, em determinados momentos. Eles já não temem os transeuntes. Passeiam tranquilamente, esgueirando-se entre calçadas e ruas em busca do alimento que lhes é oferecido regularmente. As pessoas, por certo, tem consigo que alimentam um pequeno animal que possui uma simbologia muito forte, como a da paz, e talvez por isso, subjetivamente acreditem que estão apenas trazendo beleza e alegria aos passantes e moradores. Entretanto, estes animais, os pombos precisam, na verdade, alimentar-se através de suas próprias andanças por comida, pois somente assim, se esforçarão para a busca e não se reproduzirão tão facilmente, percorrendo grandes distâncias para tal fim. Eu tenho observado senhoras com crianças, distribuindo porções de pães aos pombos, e as crianças convivendo com as aves, inclusive perseguindo-as, em seu encalço. Os pais riem, satisfeitos, sem perceberem que seus filhos estão na iminência de contrairem alguma doença. 
Segundo os pesquisadores, os pombos  são agentes transmissores de mais de 20 doenças. A mais grave delas, a criptococose, mata 30% em casos de diagnósticos tardios, além de outras doenças  também causadas por fungos e bactérias, como histoplasmose, ornitose e salmonelose, além de ácaros e piolhos que causam dermatites e alergias. Os especialistas, inclusive recomendam o uso de luvas e máscaras na hora de limpar forros, telhas e calhas ou qualquer lugar com acúmulo de fezes de pombos - e os dejetos devem ser umedecidos antes de recolhidos, para evitar a inalação de fungos.
De acordo com o pesquisador João Justi Junior, do Instituto Biológico- Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), não há produtos legalizados no Brasil para esterilização de pombos.  Parte da solução do problema passa pela educação das  pessoas conscientizando-as de que não se deve alimentar os pombos. “Assim os pombos precisam de uma área maior para procurar  alimento, procriam menos e acabam deixando as áreas urbanas,  indo viver nos campos”, explica.   Em locais onde os pombos são alimentados,  ressalta o pesquisador, ocorre ainda a proliferação de ratos, baratas e moscas devido às sobras de alimentos e às fezes que atraem moscas. Por outro lado, há uma lei federal nº 9605, de 1998, que configura crime ambiental a agressão aos pombos. 
Então o que fazer com estes “ratos de asas”, conforme a definição do ex-prefeito londrino Ken Livingston. É preciso esclarecer a população que não deve dar migalhas aos pombos, ou seja, alimentá-los sob hipótese alguma. Este alerta viria, talvez pela elaboração de uma campanha do governo muncipal, através das mídias tradicionais e, também pelas redes sociais, nas quais há um alcance muito grande da população. Outro aporte importante seria a Furg, com a participação de profissionais ligados à área de saúde e meio ambiente, bem como no manuseio de animais, para  esclarecer  à comunidade através de um viés científico.  Somente a educação e o conhecimento mais apurado do problema poderá mudar este panorama. É necessário a elaboração  de estratégias que permitam este conhecimento, através da disseminação de informações que esclareçam os reais malefícios desta prática cada vez mais frequente em nossa cidade e em tantas outras pelo Brasil afora. Em algumas cidades do Brasil, as pessoas são multadas quando alimentam os pombos. Em outras, como Helsinque, Finlândia, há placas de aviso em toda a cidade, desencorajando os turistas a alimentar os pombos. Em Londres, na Inglaterra, os monumentos são elitrificados para impedir que os pombos evacuem nas estátuas. 
Esperemos então que a nossa cidade se antecipe a estes problemas de saúde pública e atinja um bom grau de esclarecimento nesta questão, de forma a planejar o seu futuro com melhor qualidade de vida a todos. 

A VARSÓVIA QUE VI: suas peculiaridades, beleza, modernidade

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Há tanto a falar sobre a Polônia, um país que me conquistou a partir da sua história e a experiência de seu povo, que soube preservar a memória e visualizar o futuro baseado em suas raizes mais vigorosas. Observei que Varsóvia, a capital, cujo centro histórico, chamado de “cidade velha”, é uma região que se reergueu, totalmente reconstruída de acordo com as suas origens medievais. A cidade destruída pela Segunda Guerra Mundial, pelos alemães e  hoje, amplamente restaurada,  evoca a memória do povo  que tange em cada pedra, em cada mármore, em cada ladrilho. Portanto, é um triunfo da vida que passa serena e precisa, produzindo uma metamorfose de beleza e integridade. A morte, a desesperança, o furor da guerra, deram lugar aos monumentos históricos que expressam o seu passado e a esperança do futuro. Ali, na região histórica, vê-se o Castelo Real, que se transformou em ruínas, sobrevivendo  apenas a porta central. O povo polonês o reconstruiu de 1971 a 1988. 
Na zona norte, a praça da cidade velha com suas peculiaridades, circundada por belíssimas casas coloridas em estilos distintos, abarcam o Museu Histórico de Varsóvia. Na mesma praça, observa-se o brasão da cidade, representado pela fonte da sereia, dizem, é uma sereia de água doce, porque a cidade é banhada pelo rio Vistula.  
Na praça das três cruzes, uma cruz imponente no centro da praça e outras três no lado oposto da igreja, de onde se tem uma vista maravilhosa ao vale do rio Vístula, Kazimierz e o Castelo Janowiec. Nesta região, além do significado arquitetônico e turístico, coexistem em harmonia algumas  lojas  conceituadas, tais como Hugo Boss, Lacoste, entre outras, além de apartamentos  muito prestigiados em virtude de sua proximidade com o comércio e as facilidades de locomoção.  
  No Bairro Mokotow, avistam-se edificios da década de 40, tipicamente residenciais,  que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial, ao lado de outros restaurados ou construidos mais recentemente. Um prédio emblemático para a cidade é o da Universidade de Varsóvia, inaugurada em 1816 e  tem desempenhado um papel cultural, politico e educativo muito importante para a Polônia. Trata-se de um espaço magnifico, onde se pode encontrar grande riqueza cultural através das diferentes formas de pensar e agir, resultado das experiências de estudantes de várias partes do mundo. O acesso à cultura é gratuito, de tal modo que o nivel cultural passa a ser um paradigma para a comunidade.  O acesso à informação e ao conhecimento é original e constante, através de uma gama imensa de concertos musicais, passeios distintos, atividades de rua, feiras, exposições. Esta estrutura produz uma cidade cosmopolita, onde culturas interagem, tornando-a cada vez mais atrativa. Na Universidade há um “bar-livraria”, denominado Tarabuk, ou seja, trata-se de  um café peculiar, porque dispõe  de  livros de autores poloneses e estrangeiros. Neste ambiente,  misturam-se os livros, o café, o bar, enfim, um ambiente acolhedor e descontraído, permeado por uma conduta particular de aprender e se relacionar. 
Ainda há muito para ver em Varsóvia, se não vejamos, na avenida Ujazdow, no centro da cidade, se delinea o famoso Parque Lazienki (Banhos reais), ocupando 80 hectares no centro da cidade, ligando o Castelo Real com Owilanow ao sul. No parque,  encontra-se o monumento a Frédéric Chopin, inaugurado em 1926.  Foi destruido pelos alemães e nos anos 50 foi novamente inaugurado no mesmo lugar.  O Parque Lazienki se limita ao sul com o Parque Belvedere, um grande e belo gramado que compôe o Palácio Belvedere, antiga residência dos presidentes. 
Por outro lado, através de conversas com pessoas da cidade e pela observação das casas sem muros ou grades, percebemos, que há segurança nas ruas de Varsóvia, podendo-se caminhar tranquilamente pelas avenidas e parques, sem preocupação com assaltos ou qualquer espécie de violência. Também, pode-se verificar  que há uma expressiva consciência social, pois há rampas para deficientes em todas as calçadas, ciclovias que cortam bairros, inclusive seguindo até outras aldeias ou cidades,  os banheiros públicos são bem sinalizados, as ruas são limpas, bem cuidadas e ornamentadas com flores, constituindo belíssimos canteiros nas rótulas, além do  transporte público que, segundo as fontes consultadas, é excelente. É uma cidade onde tudo funciona de acordo com a necessidade do cidadão, uma cidade que embora praticamente destruída pela guerra, foi completamente reconstruída e restaurada, com grande mérito, com a arquitetura semelhante à original.  Ao lado da reconstrução, há  também uma arquitetura moderna, perfeitamente integrada na urbanização,  com crescimento racional, com hotéis de qualidade e um grande incentivo ao turismo.
Um outro fato que me chamou a atenção, foi o uso de bicicletas pela população. Para tanto, entrevistei pessoas que conheciam a cidade, além de utilizar como fonte a revista The Warsaw Voice Magazine: Multimedia Plarform in Poland (29/08/2013), cujo artigo  da jornalista  Jolanta Wolska, intitulado “Bike power”, foi muito elucidativo. Ela discorre sobre um sistema de aluguel de bicicletas públicas, que foi introduzido há um ano em Varsóvia. Chama-se Veturilo, que significa veículo, em esperanto. Este nome foi criado pelo estudante Mateus Kempisty, vencedor de uma competição na internet para a escolha do nome. Já foram alugadas mais de um milhão de bicicletas, desde que o sistema foi implantado na cidade. Mais de 120.000 pessoas já se inscreveram para alugar as bicicletas e até agora há 2.600 bicicletas em uso em 168 localidades ao redor de Varsóvia. 
As bicicletas estão disponíveis para aluguel nove meses do ano e proporcionam mobilidade urbana, além de significarem um investimento barato, flexível e saudável. Normalmente são usadas em distâncias curtas, por exemplo, entre uma estação de metrô e a universidade ou do local do trabalho à casa. 
Os usuários devem registrar-se online no www.veturilo.waw.pl e pagar uma taxa inicial de 10 zl. para ativar sua conta. Os primeiros 20 minutos são gratuitos, com os próximos 40 minutos custando 1 zl. Em Varsóvia, 80 por cento dos aluguéis ocorre dentro do limite livre de 20 minutos. Em média, cada bicicleta é usada três a quatro vezes por dia. As bicicletas são equipadas com engrenagens, assentos ajustáveis, cestas e uma fechadura segura. Para o Programa Veturilo, foi desenvolvido um sistema de bloqueio automático que acelera o processo de locação.  
      Até agora, na Polônia, o aluguel de bicicletas funciona em Varsóvia, bem como em Wrocław, Poznań, Cracóvia e Opole.  Qualquer pessoa cadastrada no sistema Veturilo em Varsóvia também podem utilizar os sistemas de outros países e cidades polonesas, onde o serviço Nextbike (empresa que implementou o sistema público de aluguel de bicicletas em vários países e também na Polônia) opera.
A revista utilizada como fonte, foi-me presenteada pelo Sr. Victor, um dos componentes do nosso grupo da excursão da BRASPOL, a quem deixo o meu agradecimento.





 Parque Lazienki



 Monumento a Frédéric Chopin
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PRAÇA DAS TRÊS CRUZES

CASTELO REAL


CASTELO REAL



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