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O DOCE BORDADO AZUL - 28º capítulo e 29º (ÚLTIMO CAPÍTULO)

A seguir os dois últimos capítulos de nosso folhetim. No 28º capítulo, Laura revela-se à filha e no último, em sequência, são guardadas as melhores emoções. Capítulo XVIII O vulto na janela Lúcia parou em frente da igreja do convento. Há tantos anos misturava-se entre aqueles prédios, passeava pelos jardins com a intimidade de seus sentimentos. Visitava vielas, aprofundava-se em seus encantamentos, observando, às vezes, o pôr-do-sol que se precipitava nos espaços que se abriam entre os muros. Hoje, porém movia-se sob um impulso quase incontrolável, induzida por uma sensação nova de bem-estar, disposta a entrar e quem sabe fazer uma prece, encontrar-se consigo. Não havia sofrimento. Tinha a alma leve e a impressão de que devia cultivar esta plenitude que poucas vezes sentira. Entrou na capela que estava na penumbra. Observou a iluminação fraca em decorrência dos raios de sol beijando os últimos bancos. Estava em completa solidão. Aproximou-se um pouco, olhou para

PENSO NO NATAL

Talvez falasse em consumo, em presentes, em comilança, em festa. Talvez falasse no Aniversariante, engendrando questões que explicassem, sob um viés capitalista, porque não se preocupam com Ele, ou só o consideram de passagem. Talvez falasse do Natal, como um feriado para compartilhar com parentes e amigos, a celebração da vida, a tentativa de ser feliz, pelo menos por um dia. Talvez comentasse tudo isso, mas prefiro pensar no silêncio. No silêncio daqueles que sofrem em hospitais, dos marginalizados nos depósitos psiquiátricos, dos alienados da vida real, dos que perambulam pelas ruas, dos que bebem da água que sobra nas garrafas sujas, jogadas após uma noite de festa. Dos amargurados, impedidos de falar, silenciados pelo peso da dor ou do jugo do parceiro. Das mulheres que descreem da vida, apartadas do seus, nos desvios produzidos por regimes. Nos pais que não enterraram os filhos, ocultados sob a dor de períodos de trevas, onde a liberdade era apenas um discurso

Terra do Fogo (Tierra del Fuego)

Não sou especialista em Geografia, mas me incomodava a inclusão de Rio Grande (RS) à Terra do Fogo, por membros do facebook, que moram aqui. Tentei averiguar a razão do aposto e percebi que há uma cidade argentina denominada Rio Grande, e talvez por isso, o engano. A Terra do Fogo (em espanhol Tierra del Fuego) é um arquipélago na extremidade sul da América do Sul, formado por uma ilha principal (a Ilha Grande da Terra do Fogo, chamada de Tierra del Fuego) e um grupo de ilhas menores. Sua superfície total é de 73.753 km², sendo o arquipélago separado do continente sul-americano pelo estreito de Magalhães. A ponta mais a sul do arquipélago é o Cabo Horn. É portanto uma província que fica no sul da Argentina. A paisagem, com as montanhas no último trecho da Cordilheira dos Andes de um lado, e as geleiras, por outro, proporcionam uma visão deslumbrante aos visitantes. É repleta de extensas florestas e paisagens diferentes, como pântanos, vales, geleiras, montanhas, além do litoral.

O DOCE BORDADO AZUL - 27º CAPÍTULO

Nosso folhetim está chegando ao fim. Hoje, apresentaremos o 27º capítulo, faltando apenas dois para o encerramento. O último capítulo tem o número 29. Lúcia descobrirá o corpo de Gustavo no quarto amarelo? Ele terá realmente morrido? Quem matara Irmã Carlota? Que acontecerá a Lúcia? E a Laura? A quem se destina o doce bordado azul? Na próxima quinta-feira, a sequência desta história eletrizante, como se anunciava antigamente. Capítulo XXVII Um diálogo reticente Quando a encontrou desmaiada, Lúcia sentiu uma fisgada no peito. Não tanto pela situação deprimente, vendo-a fragilizada, sozinha, estirada no chão, mas principalmente porque sentia-se culpada, como se a houvesse traído. Ali estava ela, com a boca entreaberta, os olho semicerrados, perdida em seu mundo interior. Fez todas as tentativas para acordá-la, mas era em vão. Por fim, pensando em chamar o serviço de emergência, ouviu um gemido. Correu ao seu encontro e a viu abrir os olhos. Laura sinalizava alguma coisa, l

O DOCE BORDADO AZUL - 25º e 26º capítulos

Estes dois capítulos de nosso folhetim referem-se à publicação desta terça-feira 15/12/15 (já adiantados). A sequência virá na próxima quinta-feira. Capítulo XXV O bordado azul e a meada vermelha Sozinha, Laura descansava a cabeça em sua poltrona. Fora um dia repleto de emoções. O pote estava cheio e ela não mais tinha vontade de fazer nada, nem prosseguir no bordado, olhar pela sua janela ou dedicar-se à pesquisa dos acontecimentos. Até porque aquela gente já não lhe causava o menor interesse. Eram pessoas medíocres e nada de extraordinário acontecia em suas vidas, a não ser projetar as suas frustrações nela. Por outro lado, havia a expectativa da visita de Gustavo. Não tinha se ocupado ainda do tema, mas sem dúvida, não passaria em branco. Quanto à filha, estava no convento, com a finalidade de passar a noite com uma das irmãs que estava doente e cumpria a sua tarefa árdua na dívida que tinha com Irmã Carlota. Laura vestia-se com simplicidade, mas de certa forma, be

O DOCE BORDADO AZUL - 23º e 24º capítulos

Nosso folhetim desbragado continua, hoje com dois capítulos, como combinado. Capítulo XXIII A proposta e a purificação do quarto Laura acabara de escrever um rol de produtos para Lúcia levar ao supermercado, quando bateram na porta. Irritou-se com a demora da filha em atender. Afastou-se alarmada na direção da porta, resmungando. Lúcia continuava no quarto, arrumando-se para sair. Antes de abrir a porta, ainda perguntou: – vai de táxi? - Lúcia, do quarto, respondeu mal humorada que não havia alternativa, ou ela teria comprado um carro para as duas? Laura limitou-se a balbuciar uma frase qualquer, retrucando para si própria. Abriu a porta e surpreendeu-se a ver Gustavo àquela hora da manhã. –Desculpe vir a esta hora Laura, mas se não se importa, gostaria de conversar uns minutos com você, uns minutos apenas. –Me importo sim, ah, se me importo. Gustavo, pela manhã, eu sou outra pessoa, me conheço, sou uma verdadeira fera. Não gosto de ver ninguém! Ele a olha carinhos