Todas as terças-feiras e quintas publicarei capítulos em sequência do romance "O doce bordado azul". A seguir o 16º capítulo.
Capítulo XVI
Lúcia levantou-se acabrunhada. Os cabelos em completo desalinho, a cara amassada, olhos inchados. Quem a visse naquele momento, imaginaria uma imensa ressaca. Mas sua fisionomia refletia o seu espírito desordenado com as situações criadas. E agora, a mãe viera com esta história do vizinho que conhecera, chegando ferido em seua casa e ainda ajudando-o.
Bem, como dissera, ela sempre tinha explicações para tudo. Que fosse então. Olhou para fora, empurrando levemente a cortina, temendo ser observada por alguém. A tarde caía rapidamente. Nada melhor do que a noite para refazer-se.
A tarde sempre trazia consigo uma sensação de modorra, mormacenta, que lhe causava tédio. Nunca gostara de estudar à tarde. Sentia-se cansada, sonolenta.
A noite, ao contrário, enchia-a de energia ao espírito. Sentia-se mais resistente, mais preparada para o que estava por vir. Por isso, adiantara-se para o banho, esperando ansiosa que a noite chegasse e deixasse para trás aquela tarde vazia.
Tomou um banho rápido, enxugou-se no próprio quarto, procurando assim nua, as roupas que usaria, sem qualquer resistência a nenhuma peça, procurando a mais confortável, sem preocupar-se combinação de cores, ou tecidos, ou modelos. Penteou demoradamente os cabelos e de saia e blusa, vestiu uns chinelos de lã, afastou-se do quarto com a intenção de comer alguma coisa. Estava faminta.
Foi até a cozinha. Imaginou que a mãe chegaria a qualquer momento. Pegou uma maçã, sentou-se à mesa e deteve-se a mordê-la devagar, saboreando cada pedaço, quase com lascívia, sentindo o prazer demorado da fruta dissolvendo-se em suco na boca, enchendo-a de saliva, enquanto olhava distraída pela janela.
O toque do celular a estremeceu, temerosa de algum presságio. E se acontecesse alguma tragédia com a mãe? Afinal, nem sabia onde teria ido; quem sabe o que lhe poderia acontecer, naquela dificuldade mórbida de se mover, misturando-se na multidão, entre marginais, pessoas desqualificadas, gente de toda a espécie. Sua mãe não se importava em misturar-se com a gentalha. Ela sabia disso. Por isso, temia que alguma coisa terrível lhe acontecesse.
Não, não atenderia ao celular. Tocou várias vezes e ela pegou outra maçã, mas desta vez, mordendo-a como um animal selvagem, tirando nacos com a ponta dos dentes, dilacerando a carne rapidamente, sentindo a gengiva doer e os olhos encherem-se de lágrimas.
Por que as coisas sempre aconteciam de maneira tão drástica com ela, por que não conseguia sentir o prazer de ficar sozinha, longe da mãe, sem que se sentisse insegura.
Engoliu a casca que deslizou áspera pela garganta, acometendo-lhe um engasgo, um roçar no céu da boca, fazendo-a tossir sem parar. Respirou fundo, tomou água e não conseguia parar o infortúnio. Temia morrer ali, na cozinha, como uma galinha engasgada com uma barata. Lágrimas corriam mais fortes dos olhos até lhe doerem a pupila, a boca tremia, o coração palpitava forte, como sempre fazia quando sofria destes terrores. Agitava-se na faina desesperada de salvar-se.
Abriu todas as janelas da casa, expandiu o pulmão, correu para o pátio e subitamente tudo cessou. O engasgo cedeu. A tosse parou e somente os olhos estavam marejados. Secou-os delicada, com o dorso da mão esquerda. Ajeitou os cabelos e ficou ali mais um pouco, parada, olhando para o nada. Esperando. Esperando uma resposta que não sabia muito bem de quê.
Então, o telefone da casa tocou e ela correu para dentro. Coração ofegante, mãos trêmulas, pernas hesitantes. Um calor inexplicável que subia-lhe espinha a fora. Agora, reagiria. Atender o telefone e saber o ocorrido era a única saída.
–Alô...
Uma voz frágil, cautelosa do outro lado. Lúcia ouviu atenta, mas mesmo assim, não entendia muito bem o que queriam, a quem procuravam, até que ouviu o seu nome. Sim, Lúcia, sou eu, o que querem, é sobre minha mãe, o que aconteceu?
A voz hesitava, tremia.
–Falar comigo? Mas, não se trata de minha mãe, sabe de quem estou falando?
Mais uma negativa e Lúcia ficava ainda com o coração alvoroçado. Tateava entre as perguntas e o que ouvia. Não conseguia conciliar o pensamento com a aflição que a atingia. Foi então, que ouviu o nome da dona da voz.
–O que?
Lúcia parou. Respirou fundo novamente e disse para si mesma, talvez.
–Então, não se refere a minha mãe.
Ao que a outra afirmou que não era o momento para falar de sua mãe. Precisavam conversar, queria muito vê-la. Os lábios finos entreabriram-se num leve sorriso e um vibrar intermitente do lado direito do rosto, a incomodava, ao ponto de mudar várias vezes o fone de ouvido. Foi então, que finalmente entendeu do que se tratava.
–Ah, você quer conversar comigo. Que bom, faz tanto tempo! Pode vir aqui, claro. Eu lhe dou o endereço. Olha, fico muito feliz que tenha se lembrado.
Quando desligou o telefone, estava incrivelmente calma.
Neste momento, ouviu o barulho de Laura, irrompendo rápida pela sala. Sabia que era ela, embora estando noutro lugar da casa. Voltou para a cozinha, tirou da cesta outra maçã e sentou-se à mesa, trincando os dentes, despreocupada.
Laura entrou, passando a mão pela testa suada, com um ar satisfeito de quem cumpriu uma missão. Lúcia levantou a cabeça e perguntou, dissimulada: – onde esteve?
–Por ai, depois lhe explico.
Aproximou-se da pia, encheu um copo d’água e levou-o rápida à boca. Depois, sentou-se à frente de Lúcia. Olhou-a bem nos olhos e afirmou, como se fizesse um diagnóstico.
–Você está bem. Está muito bem.
–Por que diz isso? Não estou doente.
Laura não respondeu. Perguntou se não estava com fome.
–Você não trouxe nada da rua?
–Não é preciso. Temos tudo para fazer um bom café. Espere que eu mesma apronto.
Lúcia ficou observando a mãe. Estava animada, quase eufórica. Enquanto preparava o café, mexendo em potes, derrubando colheres na pia, virando o pó de maneira descuidada, Laura comentava sobre o que fizera, fingindo absoluta indiferença.
–Estive em vários lugares, mas depois conversamos com calma.
E por um momento, virou-se para Lúcia, que não disfarçava a surpresa.
–Sabe filha, sinto que a nossa sorte vai mudar. Tenho planos, ideias muito boas na cabeça.
Lúcia balançou a cabeça, desanimada. Já conhecia de cor os seus planos, sabia que inevitavelmente não levavam a nada, mas se manteve quieta.. Limitou-se a levantar-se de onde estava e preparar a mesa.
Tomaram o café em silêncio. De repente, as duas falaram ao mesmo tempo: –sabe quem me telefonou ?
– Sabe onde fui?
Sorriram e Laura deixou que a filha contasse em primeiro lugar, mas antes perguntou: –uma pessoa importante?
–Importante? Não sei, acho que não. Aliás, não muda nada pra mim.
–Quem é, quem é? – insistiu Laura, batendo as mãos gordas na mesa, como uma criança.
–Você nem imagina. Bárbara.
Laura emudeceu. De repente, teve um pressentimento desagradável. Bárbara poderia voltar-se contra Lúcia, por causa do bordado. Talvez quisesse explicações. Mas que mal poderia fazer-lhe. Ficou quieta.
–É incrível, não acha? Parece que todas querem agradar-me. Irmã Carlota deu-me mil explicações. Agora, Bárbara, como se estivesse arrependida, quer encontrar-se comigo. Por que fugiu do encontro entre as três? Certamente, a freira pediu que falasse comigo.
–Você acha?
–Só pode ser isso. Qual é o motivo deste interesse repentino em ver-me? Saudade é que não é. Nem ao menos insistiu para que estivesse no encontro, nem perguntou por mim.
–Como é que você sabe?
–Não sei de nada. Imagino apenas. O que eu sei é que amanhã ela virá aqui.
Lúcia falava com certa satisfação que incomodava a Laura.
–Por que você se importa tanto com esta gente, minha filha?
Lúcia irritou-se com a observação da mãe. Ajeitou-se na cadeira, segurando os joelhos, como se pretendesse evadir os pensamentos de raiva que lhe retesavam os músculos. Produziu uma respiração mais demorada e falou, comedida.
–Elas não me interessam tanto quanto você imagina. Apenas, fico me perguntando porque me deixaram fora de suas vidas. A senhora sabe quantas cartas eu mandei à Bárbara? Quantos e-mails? Ela só respondeu um ou outro e depois afastou-se. Eu não sabia nada de sua vida.
Laura abaixou os olhos, como se escondesse alguma coisa que estava prestes a vir à tona. Se alguém a observasse bem de perto, perceberia que sua face se tornava levemente enrubescida. Mesmo assim, ainda perguntou, com a voz meio fraca.
–E as outras, por que você nunca as contatou?
–Não sei. Na verdade, estas estavam próximas. Bem ou mal, eu sabia da vida de Madalena.
–E da outra sua amiga, a que morreu?
Lúcia calou-se. Não tinha muito a dizer. Na verdade, a discussão daquele assunto não tinha qualquer sentido que o justificasse. Então, sorrindo, fingindo curiosidade, perguntou: – e você, onde foi hoje?
Laura tateou entre seus pensamentos. Dizer-lhe que foi até à casa de Bárbara poderia irritá-la e acabar com o bom entendimento entre as duas. Nunca sabia qual seria a reação da filha. E depois, ela poderia descobrir como ela sabia de tantos fatos sobre a vida de Bárbara, do nome do marido, dos detalhes afetivos, do seu trabalho em Minsk. Junto a tudo isso, a promessa de visita para a filha era a última coisa que esperaria naquele momento. De repente, seus mistérios poderiam ser descobertos em questão de segundos. Mas não poderia pensar nisto agora. Era o momento de falar outras coisas, de contar-lhe outros segredos.
–Sabe que este cheirinho de café me alucina?
–Mas você tomou quase todo! Ficou com o cheiro nas narinas, é?
–Acho que sim.
Lúcia percebeu que a mãe maquinava alguma coisa importante, algo que precisava contar-lhe, mas que não se atrevia ou esperava o momento mais propício. Sabia que ela impunha a sua presença como algo misterioso, surpreendente e Lúcia a conhecia muito bem, as suas atitudes.
–Eu estive numa loja.
Lúcia sorriu. Como imaginar a mãe perambulando por lojas, vendo preços, comprando roupas ou quaisquer outros objetos pessoais. Levantou-se juntando a louça do café, enquanto comentava: – só para ir a lojas, a senhora se arrumou toda, assim deste jeito? Me parece elegante demais!
–Era uma ocasião especial.
–Uhm! Ir a lojas tornou-se uma ocasião especial – comentou irônica, voltando-se vez e outra para a mãe que permanecia sentada, com uma fisionomia satisfeita, como se refletisse naquele momento, todos os lugares por onde andara.
–Não são lojas, apenas uma loja ou melhor, um tipo de estabelecimento comercial, com certas finalidades...
Lúcia largava as xícaras na pia, enquanto voltava para buscar o restante dos talheres. E neste vai-e-vem, zombava do tom sério da mãe.
–Estabelecimento comercial, quanto mistério hem, dona Laura?!
–Trata-se de uma funerária.
Lúcia deixou cair os talheres no piso da cozinha. Olhou alarmada para a mãe, perguntando do que se tratava. Laura pediu que deixasse aquilo tudo e sentasse a sua frente. Não havia nada de absurdo para surpreender-se tanto. Apenas uma funerária, um estabelecimento comercial como qualquer outro.
Lúcia correu e sentou-se como ela pedira. Ainda perguntou mais uma vez: – funerária? Você está brincando, não é?
Laura, entretanto mostrava-se segura do que estava dizendo. Olhava para a filha com paciência, como se soubesse antecipadamente que seria difícil explicar-lhe a razão de sua estada na funerária.
–Quem você quer enterrar?!
–Lúcia, por favor, fique calma e me ouça. Eu apenas fiz uma encomenda.
–Encomenda? Mas quem morreu?
–Não morreu ninguém.
–Mas o que você encomendou?
–Um caixão.
–Um caixão?! Você está louca!
Lúcia levantou-se de súbito, como se não quisesse ouvir mais nada. Laura, porém prosseguiu para esclarecer a situação.
–Eu estou muito lúcida. Tão lúcida que sei que vou morrer um dia, como você, como Bárbara, como Irmã Carlota.
Lúcia encostou-se na pia, molhando a saia, sem perceber, lavando sofregamente, os talheres que tinha recolhido. As mãos tremiam, misturando ora a espuma do detergente, ora a água quente, que lhe queimava os dedos. Tirava-as e punha na água fria, ansiosa. Ouvia a mãe, sem olhá-la, mas sabia que estava sendo observada.
–É uma coisa tão natural e hoje em dia muitas pessoas tem caixões em sua casa. Eu comprei um para mim. É lindo, todo torneado, de madeira nobre, bem estofado e um vidro bem sobre o rosto, que você poderá me olhar detidamente, vendo os últimos momentos de minha fisionomia. Você não acha lindo?
–O que eu acho é que a senhora está ficando louca.
–Esta semana, no mais tardar na próxima, ele chegará. Colocaremos no meu quarto. Sou capaz até de dormir nele! Comprei-o sob medida.
Lúcia lavava a louça com exagerada firmeza, desconhecendo qualquer movimento menos furtivo. Em seguida, esfregava o pano de pratos, batendo-o sobre a pia, tentando expulsar todos os demônios que se acumulavam em sua alma, atormentando-a, trazidos pela decisão infortunada da mãe.
–Lúcia, não fique nervosa. Acho até que é uma decisão poética. Imagine eu morrer de uma hora para outra. Você terá de arcar com as despesas, o que tenho pouco dá para um caixão de terceira. Agora não, lentamente, em suaves prestações, eu presentei a você com esta providência. Tirei das suas costas o desconforto que você teria com a minha morte.
–Pois eu lhe agradeço. Até depois de morta, você quer me dominar, intervir nas minhas decisões, mandar na minha vida!
–Não é nada disso. Sabe quem me deu esta ideia magnífica? Não pense que não venho pensando nisto há muito tempo, que não venho amadurecendo a ideia para chegar a esta decisão.
–Só pode ser uma pessoa lunática que lhe deu esta idéia absurda!
–Que nada! Alguém muito especial. Você.
–Eu?! A senhora está brincando! Eu jamais seria capaz de tamanho absurdo!
–Mas você me deu a ideia quando sugeriu que eu fizesse uma mortalha para Irmã Dolores.
–Não me fale naquela velha! Me dá arrepios só de pensar nos últimos momentos que estive com ela. Sabe que ela me vem em sonhos, seguidamente? Na verdade, pesadelos, pois parece acusar-me de alguma coisa.
–Bobagem, você queria tanto fazer uma mortalha bem bonita para ela. Pois bem, eu pensei muito e resolvi que farei uma mortalha para mim. Bordarei ponto por ponto, linha por linha e você me ajudará a fazer o desenho.
–Não conte comigo para esta loucura.
–Eu sei que você acabará concordando que foi uma boa idéia.
Lúcia a olhou por um instante, depois voltou-se para a louça que jazia limpa sobre a pia. Passou a enxugá-la, manuseando delicadamente os contornos das xícaras, dos pires, dos talheres, como se assim pudesse afastar aquela idéia mórbida da mãe, que lhe enchia de terror. Laura, entretanto, prosseguia cada vez mais segura de si. Falava com voz doce e compassada, tentando convencer a filha.
–Sabe, um dia desses, eu estava assistindo um programa de tv e um escritor português, não lembro bem o nome, falava sobre a certeza que temos ou não da morte. Quando temos esta certeza, que podemos morrer a qualquer momento, nós podemos nos dedicar às coisas importantes.
Lúcia já nem a ouvia e a voz quase melodiosa da mãe a irritava profundamente.
–É verdade. Segundo ele, há coisas urgentes e importantes a fazer. Nós passamos uma vida só fazendo as coisas urgentes, como pagar a luz, o telefone, correr para o supermercado e descuidamos das coisas importantes, como por exemplo, fazer uma viagem, visitar aquela tia velha do interior, que ficou lá sozinha, viúva, carente ou qualquer coisa que valha a pena. Eu hoje, fiz uma coisa urgente. Agora, me dedicarei apenas às coisas importantes.
Lúcia desistiu da louça sobre o escorredor, embora completamente enxuta e passou a varrer a cozinha. Dançava com a vassoura, batendo nos cantos dos móveis, empurrando o lixo contra a porta, tirando tapetes, batendo-os, nublando de pó toda a cozinha.
–Você esta louca? Vai fazer faxina, agora?
–É melhor você sair daqui, esta cozinha está um lixo. Daqui a pouco, as baratas tomarão conta. Vá para o seu sofá, vá espiar pela janela a vida dos vizinhos, quem sabe você se inspira para fazer a sua mortalha.
Laura a encarou indignada. Resmungou que talvez ela tivesse razão. Era melhor ir para o seu canto, pelo menos lá, teria mais sossego. Passou o dorso da mão pelas costas, queixando-se de uma fisgada na coluna e levantou-se devagar, afastando-se. Lúcia percebeu que ela ainda estava com os sapatos de salto com os quais havia passeado. Balançou a cabeça com desdém. A velha devia estar ficando caduca, mesmo. Antes de sair definitivamente, Laura ainda perguntou: – escute, quando é que esta sua amiga vem aqui?
–Amanhã.
–Ah, é bom saber, para eu não estar em casa neste momento. Parece uma coisa importante para você.
Lúcia não respondeu. Deixou-se ficar na faina quase desesperada de limpar a cozinha. Encheu em seguida um balde com água, derramou um litro de alvejante e espalhou sabão em pó pelos ladrilhos. Espargiu a água em pequenos golpes e começou a esfregar o chão, misturando os ingredientes, molhando-se nas poças que se formavam, encolhendo a pele dos dedos no alvejante, machucando os joelhos e afirmando sem cessar: “amanhã temos visitas, temos que arrumar a casa”. Esticava o corpo, estirando os braços com o pano, para alcançar um espaço cada vez maior para a limpeza. Fazia-o com absoluta energia. Em seguida, estava ofegante, embora não desistisse da tarefa. Quando parou, sentou-se ali, no chão, em completo desalento e começou a chorar em soluços convulsos, peito contraído, uma dor pungida, sentindo-se de repente, em um abandono abissal.
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