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O DOCE BORDADO AZUL - 25º e 26º capítulos

Estes dois capítulos de nosso folhetim referem-se à publicação desta terça-feira 15/12/15 (já adiantados). A sequência virá na próxima quinta-feira. Capítulo XXV O bordado azul e a meada vermelha Sozinha, Laura descansava a cabeça em sua poltrona. Fora um dia repleto de emoções. O pote estava cheio e ela não mais tinha vontade de fazer nada, nem prosseguir no bordado, olhar pela sua janela ou dedicar-se à pesquisa dos acontecimentos. Até porque aquela gente já não lhe causava o menor interesse. Eram pessoas medíocres e nada de extraordinário acontecia em suas vidas, a não ser projetar as suas frustrações nela. Por outro lado, havia a expectativa da visita de Gustavo. Não tinha se ocupado ainda do tema, mas sem dúvida, não passaria em branco. Quanto à filha, estava no convento, com a finalidade de passar a noite com uma das irmãs que estava doente e cumpria a sua tarefa árdua na dívida que tinha com Irmã Carlota. Laura vestia-se com simplicidade, mas de certa forma, be

O DOCE BORDADO AZUL - 23º e 24º capítulos

Nosso folhetim desbragado continua, hoje com dois capítulos, como combinado. Capítulo XXIII A proposta e a purificação do quarto Laura acabara de escrever um rol de produtos para Lúcia levar ao supermercado, quando bateram na porta. Irritou-se com a demora da filha em atender. Afastou-se alarmada na direção da porta, resmungando. Lúcia continuava no quarto, arrumando-se para sair. Antes de abrir a porta, ainda perguntou: – vai de táxi? - Lúcia, do quarto, respondeu mal humorada que não havia alternativa, ou ela teria comprado um carro para as duas? Laura limitou-se a balbuciar uma frase qualquer, retrucando para si própria. Abriu a porta e surpreendeu-se a ver Gustavo àquela hora da manhã. –Desculpe vir a esta hora Laura, mas se não se importa, gostaria de conversar uns minutos com você, uns minutos apenas. –Me importo sim, ah, se me importo. Gustavo, pela manhã, eu sou outra pessoa, me conheço, sou uma verdadeira fera. Não gosto de ver ninguém! Ele a olha carinhos

Sobre O Doce bordado azul

Na próxima Quinta-feira publicaremos dois capitulos do nosso folhetim O doce bordado azul. Por problemas no sistema nao apresentaremos hoje. Grato pelos inúmeros acessos.

NOITE FELIZ

Noite feliz Meu avô, lembras, das noites natalinas, à espera daquela consagrada a Ele? Lembras das carruagens enfeitadas com luzes, em cenários enluarados, onde fogos riscavam céus e nossos olhos encantados nos anjos vestidos de gente? Lembras das tuas frases curiosas, tuas histórias brilhantes, teu afago em meu peito, enquanto seguravas firme a minha mão, assim, pequena, na tua tão grande? Mão de avô, firme, forte, segura. Lembras? Não, não mais lembras e se o fazes, deve ser de uma maneira diferente em que as lembranças ecoam contagiadas da mesma alegria anterior, sem esta melancolia que me atinge. Talvez não haja mais passado para ti, nem futuro. Só o presente em que me acompanhas de longe, inspirando-me melodias e poemas, que inventas sem que eu perceba, para que seja feliz. És bem capaz disso. Teu coração sublime, tua verdade inabalável. Tuas histórias em que me incluías ao lado de cada herói, de cada passagem vibrante, onde a vida brotasse plena em nossas mãos

SOU DO CONTRA!

Eu sou contra tudo isso. Não importa que me fritem com azeite quente, nem que me façam ferver no fogo do inferno. Sou assim e não vou mudar. Quero acabar com as alianças dos que se enfileiravam à direita do prato. Há os que se regozijam do mal que nos fazem, mas tenho comigo, que apenas servem ao verdadeiro sabor da vida. Dias e dias os assisti calado, sem dizer nada, esperando que algum dia liberassem. Dei com os burros nágua. Mas agora, não vou voltar atrás, não vou declinar por falsas ameaças. Está na hora da luta. Comecei agora. Retirei devagar aquelas alianças de barbante que envolviam as linguiças campeiras, uma por uma e coloquei para o outro lado do prato. Da direita, para o outro canto, para incluir na mesma porção, os temíveis pedaços de bacon alinhavados com o queijo gorgonzola e o paozinho de alho. Todos os embutidos foram se soltando, as linguiças amarradas se transformaram em pequenos blocos de petiscos proibidos, um a um, pendurados em argolas, agora desfeitas e s

OS DEZ TEXTOS MAIS LIDOS NO MÊS DE NOVEMBRO/2015

1º - Comentários emocionantes sobre a crônica “Refugiados em seus sonhos”publicada em 04/10/15 2º - O doce bordado azul - 16º capítulo 3º - O doce bordado azul - 15º capítulo 4º - O doce bordado azul - 17º capítulo 5º - O elo do encontro 6º - Meu avô: existir é compartilhar 7º - Caminhos traçados 8º - Países que mais acessaram o meu blog nos mês de outubro/2015 9º - A calça comprida 10º - A velhinha do riacho Foto de Wilson Rosa da Fonseca

RELAÇÕES MÚTUAS

Este conto deu origem ao mote do romance "O eclípse de Serguei" Aspirou o cheiro de alho no dorso das mãos. Fungou. Deu até alguns espirros. Alergia danada. Insuportável. Olhos vermelhos, como se esmagasse cebolas. Era somente o alho triturado com a faca, sobre a pia branca, branquinha, mármore impecável. Era mármore mesmo? Olhou para os lados, procurando a hora no relógio da copa. Buscou num canto do olho a luz da rua. Suspirou. Tomou água, pensou na vida. Examinou-se no fundo da concha: aqueles olhos grandes, a pele encardida, dedos esbranquiçados. Sentiu um suor forte escorrer pela nuca, molhando o cabelo. Já estava crescido demais, pensou. Largou o alho moído, aproximou-se da primeira cadeira que encontrou e encostou a bunda, de leve, temendo afundar no vazio. Por um momento, pensou que morreria. Bobagem. Era só um contratempo, um empacho qualquer no estômago. Ninguém morre por comer demais. E ela tinha sido glutona demais, como dona Matilde costumava chamá-la. Você é g

O DOCE BORDADO AZUL - 22º CAPÍTULO

Hoje é quinta-feira. Nosso folhetim continua com o 22º capítulo. Na próxima terça, continuamos na sequência. Espero que gostem! Faltam 8 capítulos apenas!Vamos a ele! Capítulo XXII A visita de Gustavo Quando entrou, Gustavo imediatamente acomodou-se no sofá, observando atento os outros móveis. Percebeu que Bárbara sentara na lateral de um divã antigo, com as pernas finas enviesadas, uma colada na outra, de uma maneira que julgava elegante. Pensou em fazer um galanteio, mas calou-se. Ela poderia levar a mal, achando que havia algum interesse de sua parte, que não fosse o motivo por que viera até a sua casa. Bárbara, vez ou outra, virava o rosto para a janela, olhar perdido nos telhados cheios de musgos e plantas que se sobressaíam, cultivadas pela umidade das infiltrações. Ele achava-a uma moça estranha. Tinha uma certa tristeza solene, que não conseguia decifrar o motivo. Via em seus olhos uma dor inatingível, o que não lhe diminuia a beleza e simplicidade. Talvez pela