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Mostrando postagens com o rótulo vanguarda

Mordaça

Queria criar um balaio de flores Símbolo de beleza em cenários esparsos Na esperança de criar valores Que desfaçam laços e cadarços Da mordaça que invade nossas vidas Do medo que instiga os desejos Das vitórias que não temos definidas Das lutas que se furtam aos ensejos Quem sabe tais flores invadam espaços Vazios com feridas abertas Varrendo retrocessos engessados Numa vanguarda de ideias E num mundo assim debilitado Transgridam os ferrolhos das cancelas Libertem as mentes magoadas E desaferrem, num ímpeto, as celas. Fonte da ilustração: autor Acedev in www.pixbay.com

Quando não cabemos no mundo

“O mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele.” Esta frase de Clarice Lispector nos remete a vários significados dentro do panorama social e político que vivemos no mundo e no Brasil. Parece-me que o mundo interior das pessoas, aquilo que pensam e professam durante toda a sua vida, independente do que realmente praticam, desemboca nas suas articulações políticas e sociais. Talvez mesmo, uma coisa não se possa separar da outra. E falo tanto no aspecto conservador, de costumes e práticas sociais, quanto no aspecto de vanguarda, de mudança de uma sociedade que avança gradualmente, quer queiramos ou não. Que avance para a melhoria do ser humano, no seu significado e significante em relação à vida atual, ou retroceda conforme o pensamento conservador extremo e neste caso, há uma luta de comportamento de modo estrutural e articulado. Explico melhor: o homem nasceu para crescer, evoluir em ambição à liberdade de se expressar, de se distinguir em diversos aspectos, de ser ap

A fronteira dos pensamentos

O que me pedes do alto de teus argumentos? O que exiges da fronteira de teus pensamentos dispersos e esparsos? O que defendes de um sistema de morte, de guerra, de armas e dor? O que permites em tuas condescendências mais simples? A quem desejas a vida e a paz? Quem merece teu brilho, tua alegria e tua contemplação? Por certo, os de tua classe, os que pensam como tu, os que zelam por teu pensamento único de família, propriedade e este deus ao qual veneras, quando vela apenas por teu grupo. Sei que há muito, excluíste os que pensam de modo diverso, sei que defendes a estranheza para amalgamar a homogeneidade de tuas ideias. Sei que o mundo pra ti é de uma cor apenas, um fastio de diversidade, de alegria e poder, que me dá preguiça. Sei que enxergas os demais de acordo com a tua ótica semelhante, na qual apenas os que estão na tua bolha são os eleitos. Parece que teu deus os acomoda assim e os aparta dos maus. A bondade que revelas é útil apenas para locupletar os teus desejos de pode

Faz tempo

Faz tempo que não se vai à janela, nem se observa a rua, nem se reflete na vida. Faz tempo que não se pula amarelinha, nem se ensaia passos de dança, nem se sorri. Faz tempo que o mundo anda cinza, que o medo acolhe as portas, que o riso encolheu. Faz tempo que o ódio é mais inspirador que o amor. Faz tempo que a divisão é o elemento maior. Faz tempo que se rompeu o elo. Faz tempo que se anda em atropelo, sem olhar para o mar ou rever amigos. Faz tempo que se anda sozinho, que se olha uma tela e não se absorve nada. Faz tempo que o mundo anda para trás. Faz tempo que a vanguarda deixou de ser protagonista dando lugar ao retrocesso. Faz tempo. Fonte: Bess Hamiti in: https://pixabay.com/pt/users/Bess-Hamiti-909086/

A vida é bela

A vida e bela Um dia desses, eu pensei que participava de um reality show como a Fazenda ou o abominável BBB. À cada semana, uma eliminação do face. Vai ver, que faz parte de um jogo, algum aplicativo do face do qual desconheço. Não era nada disso. Era bem mais raso e simples. Mas não fiquei incomodado. Os motivos das eliminações nada tinham a ver com pendengas afetivas, aparentemente. Aos poucos, fui descobrindo e dando chance à liberdade. Afinal, todos temos que ser livres para escolhermos quem queremos ser nossos amigos. Isso é muito bom. Os motivos, enfim, variavam de tendências políticas discordantes e até posicionamentos sociais considerados um pouco avançados para as perspectivas. Libertários pra mim. Nada de vanguarda, nada de grandes avanços das concepções humanísticas ou de cunho restrito aos costumes, apenas o arroz com feijão do viva e deixe viver. Algumas lutas contra preconceitos, alguns desejos de igualdade, pelo menos, a possibilidade de alguma aproximação pela

A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO V

CAPÍTULO V Quando o celular tocou, Clara não conseguia entender onde estava. Dormira durante tanto tempo que poderia ser qualquer hora do dia ou da noite. Então, pegou o celular que estava sobre a mesinha de cabeceira e atendeu, desligando-o em seguida, percebendo tratar-se de uma mensagem da operadora. Levantou-se, doída, sentindo as pernas bambas, como resultado de um esforço extremo. Ouviu ruídos lá fora, um galho de árvore que insistia em roçar a lateral do prédio, agitado pelo vento. Cães latiam ao longe. Voltou ao celular, desta vez para certificar-se das horas. O entardecer de inverno se despedia rápido. Anoitecia no mesmo compasso. Passava das seis. Espiou pelas frestas das venezianas e observou as luzes da rua. Procurou os óculos sobre o baú, limitando pela mão os espaços mais prováveis onde os teria deixado, talvez entre livros e revistas, ali esquecidos. Enfiou-os sobre o nariz, ajeitando-os com o polegar e como por encanto, o presente voltou à tona, com as

ZUMBI- 1695 - DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

“Zumbi dos Palmares, delatado por Antonio Soares, é surpreendido pelo Cap. Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros. Tem a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca, ao governador Melo e Castro. No 3º centenário de sua morte, emergirá como o grande heróis da luta pela liberdade no Brasil. A data é o dia Nacional da Consciência Negra”. Fonte: www.vermelho.org.br. Nos dias de hoje, questões são elaboradas e discutidas e abrangendo vários aspectos sobre a intricada situação do negro no Brasil. Muitos há que acreditam que os preconceitos étnicos já debandaram e que os envolvidos nas questões raciais, nada mais fazem do que subjugar a inteligência das pessoas, quando afirmam sentirem-se prejudicados pelo preconceito. Acham que não existe preconceito e se os há, ocorrem de maneira dispersa, atingindo apenas alguns menos qualificados no cenário intelectual, ou seja, os operários, as pess