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A CASA OBLÍQUA - CAP. XXVIII

Luisa esperou atenta, sentada num banco de madeira. Nada a fazia voltar atrás, nem a demora que a sujeitavam, numa tentativa de confundi-la e fazê-la desistir. Uma parede envidraçada a separava das máquinas de escrever, dos policiais ao telefone, dando ou recebendo ordens, misturando a fumaça de seus cigarros no ambiente. Às vezes, a olhavam atônitos. Sacudiam a cabeça. Conversavam entre si. Ela desabotoava o fecho da bolsa, procurando uma caneta e um pedaço de papel. Escreveu o telefone da família, seu nome completo, para uma provável comunicação. Precisava tomar alguma atitude, mas não podia comprometer seu pai. Devia imputar toda a culpa em si, de forma que seus argumentos fossem bem convincentes para evitar qualquer envolvimento. O telefone tocava insistente num gabinete. Um rapaz saiu do compartimento maior, atravessou a sala onde ela se encontrava e entrou no cômodo onde se ouvia o tilintar do aparelho. Ela estava com as mãos frias e suadas. Tirou o chapéu, de