Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo sofá

Labirinto

Assisti na tv que um homem foi atingido por um raio e sobreviveu. Depois, ouvi vozes ao telefone, como se estivesse aguardando alguma ligação. Como se alguém houvesse ligado! Passeei pela casa, acabrunhado. Um gato pulou a janela, parou no parapeito, olhou-me de soslaio, sorrateiro e deu meia volta. Ainda o vi, perder-se sobre os telhados. Uma luz vibrante iluminou por completo a cena. O sol se punha tão rápido! Afastei-me da janela, voltei para a tv. Estava desligada, mas tinha a absoluta certeza de alguém falava lá dentro, naquela caixinha de luz. Será que voltarão? Será que o telefone tocará novamente? Há meses, não vejo meu filho. Está um rapaz e tanto! Cabelos pelos ombros, hoje quase não o reconheço. Estou envelhecendo aqui, sozinho, nesta casa. Se ao menos, pudesse sair, afastar-me deste labirinto que me oprime, desviar os ouvidos dessas vozes que me sussurram coisas obscenas. Sei que não posso. E tenho medo de afastar-me. Aqui estou seguro, mesmo que os gatos pul

PÁSSARO INCAUTO NA JANELA - CAPÍTULO VIII

Capítulo 8 HOJE, QUINTA-FEIRA 04/02/2016, CONTINUAMOS O NOSSO FOLHETIM "PÁSSARO INCAUTO NA JANELA" COM O 8º CAPÍTULO. –Cruz credo! A senhora ta com espírito ruim! Eu nem bem cheguei e a senhora ta me mandando sair. Que aconteceu dona Úrsula? Úrsula abre os olhos, ainda estirada no sofá, sem entender muito bem o que está acontecendo. Dulcina a sua frente, falando sem cessar e uma luz forte invade a sala, ferindo a retina. Um olhar apalermado de quem não teve uma boa noite de sono. –Tá com cara de quem tava na gandaia. Parece que passou a noite de porre! –Me respeita, Dulcina. Não seja atrevida. – Desculpa, dona Úrsula, mas me diga uma coisa, a senhora dormiu? – Não sei, acho que dormi. Agora dei pra dormir, não sei se fico feliz ou assustada. Eu, que não saía da minha janela, que passava a noite vendo o céu escurecer e clarear, agora, fico dormindo no sofá. Será que você não me deu nada pra dormir? –Ei, me tira dessa jogada. Não me mete em fria

O DOCE BORDADO AZUL - 20º CAPÍTULO

Hoje é quinta-feira. Nosso folhetim continua com o 20º capítulo. Na próxima terça, continuamos na sequência. Espero que gostem! Capítulo XX Os caminhos de Bárbara Bárbara procura por um ponto de táxi, mas parece que tudo fica muito longe naquela rua. Se ao menos tivesse ficado com o telefone do taxista que a trouxera, a estas horas já estaria a caminho de casa. Avista um grupo de pessoas, cujo objetivo provável é esperar algum coletivo, embora não haja nenhuma placa que indique um ponto. Aproxima-se de uma senhora e pergunta se há alguma linha nas redondezas e qual é o destino. Informada de que o fim da linha é a parte velha da cidade, fica aliviada, pois é onde se situa o seu apartamento. Pelo menos, se afastará daquele bairro e pretende não encontrar Lúcia e Laura jamais. A dose já foi alta demais para um só dia. No ônibus, sente-se confortável olhando pela janela. Já não vê a cidade em que se encontra, mas em Minsk, bem longe, onde por algum tempo foi muito feliz. V