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Mostrando postagens com o rótulo apartamento

Carta a uma amiga, preocupada porque eu disse que Lula era um preso político

Minha amiga, entendo a tua preocupação. Olha, na verdade, eu nem sei se Lula é totalmente inocente, mas tenho certeza absoluta que não houve uma prova concreta, apenas convicções, como eles dizem. O Jucá tentava persuadir seu colega a participar do golpe (tudo gravado). E diz mais ou menos assim: “é necessário que a gente tire eles porque eles não vão impedir a investigação de corrupção; para estancar a sangria, temos de dar o golpe”. E conclui dizendo: “Com o Supremo Tribunal Federal e com tudo”. O Lula no centro de todo o crime cometido na operação Lava a Jato e, perguntado pela imprensa – essa imprensa que julga e condena – “quais são as provas contra Lula, senhor procurador”, ele respondeu: “não tenho provas, tenho convicções”. Aqui, nós já vemos que a justiça é seletiva. Com provas, não há acusações, nem prisões, com convicção e delações, muitas vezes com interesses pessoais (na maioria das vezes), há condenação. “Mas o problema é que o apartamento não é propriedade dele

A CASA OBLÍQUA - CAP. XXXIV

A SEGUIR O PENÚLTIMO CAPÍTULO DE NOSSO FOLHETIM: Clara estacionou o carro numa garagem coletiva e em seguida, tomou um taxi, afastando-se em direção ao centro da cidade. Usava a peruca loira e óculos escuros. Determinou-se certa sobriedade para demonstrar segurança, mas na verdade, estava ansiosa, quando entrou no banco. Comunicou ao atendente que necessitava utilizar o cofre, cuja chave carregava consigo. Este avisou a outro funcionário, que lhe pediu um documento de identidade. Clara entregou uma procuração assinada por Dona Luiza e o seu próprio documento. A cada silêncio do funcionário, ela ficava mais nervosa, inclusive porque era procurada pela polícia e seu documento poderia ter sido objeto de pesquisa, através da interações entre instituições bancárias, mas precisava arriscar. O rapaz afastou-se com a procuração e seu documento. Ela esperava, quieta. Observava o arbusto artificial num vaso enorme, sobre o piso. A sala ampla, vazia. Na parede, tijolos de vidr

A CASA OBLÍQUA - CAP. XXIX

Clara releu várias vezes a última página. De repente, sente-se invadida por uma estranha euforia. Percebia naquelas linhas um recurso para o futuro afortunado de Luisa. Ela casaria com Saymon e juntos criariam o seu filho. Ficou pensativa, folheando as páginas para ver se adiantava outra descoberta. O que havia acontecido com este filho? Sempre a visitara no seu apartamento, tão solitária. Nunca falara no filho. De repente, a luz que iluminava outro cômodo mais ao fundo apagou-se e ela estremeceu. Por um momento, pensou que estava em seu apartamento e levantou-se rapidamente, dirigindo-se ao corredor, mas se deteve quieta. Uma bruma tomava conta do ambiente. Retrocedeu alguns passos, voltando para a poltrona. Ficou imóvel, assustada, na expectativa de que alguma coisa ruim acontecesse. Ouviu passos que ecoavam em outros pontos da casa. O som se aproximava, ficando cada vez mais elevado e próximo, atordoando-a. Clara encobriu os ouvidos com as mãos, encolhendo-se na poltrona, er

A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO VIII

Capítulo VIII Clara estava satisfeita com o resultado das pesquisas e o desenvolvimento da dissertação. Estava no caminho certo. Almoçou na universidade e trouxe uma marmita para Nael. Voltou para casa, estacionando à frente do prédio. A temperatura aquecera um pouco e ela foi se desfazendo das roupas ainda no carro. Tirou o casaco, já havia se desfeito das luvas, ficando apenas com o cachecol. Ela desceu rapidamente, cumprimentou a síndica que se preparava para sair exatamente quando ela abria a porta. Tratava-se de uma senhora de baixa estatura, caminhar arrastado e voz grave. Costumava olhar sempre para o alto, embora o interlocutor fosse da mesma altura. Raramente encarava a pessoa, e quando o fazia, olhava de soslaio, parecendo preocupada com alguma coisa alheia a sua vontade. Clara a achava estranha, mas não se preocupava muito com isso. Percebeu que ela queria falar-lhe alguma coisa, por isso perguntou do que se tratava. — Pois é verdade, eu queria falar com voc

A CASA OBLÍQUA - CAPÍTULO IV

CAPÍTULO IV Clara levantou-se inquieta e espiou pelas frestas da veneziana. Luzes que evocavam movimentos, pessoas que passavam na calçada, lá embaixo, mas cujas vozes ressoavam agitadas, como se estivessem ali, bem próximas. Buzinas de carros, motos que rasgavam tímpanos, dilacerando ouvidos. Portões de ferro arranhando os pisos. Lojas abrindo. Operários chegando. Conversas no café, na padaria, nos açougues. Primeiros acordes do dia. Não conseguia relaxar, como pretendia. Pensamentos confusos, que iam e vinham ao sabor das recordações, ora agradáveis, ora tristes ou trágicos. Por vezes, lembranças da infância, trazendo-lhe aromas conhecidos de fins de tarde de outono, brincadeiras na rua, amassando folhas secas, ouvindo o estalido agradável de se partirem como papel. Vozes dos pais, resgatando pequenas alegrias, que se espalhavam no dia a dia, sem maiores preocupações, do que ser feliz. Até que eles desapareceram, um de cada vez, como folhas agora não mais rígidas,

A CIDADE QUE SABIA DEMAIS - 4º CAPÍTULO

Capítulo 4 < p> Capítulo 4 Quando chegou ao quarto onde o amigo estava, Ricardo encontrou-o sonolento. Aproximou-se da cama e Raul abriu os olhos, sorrindo. —Não reconheci você com este jaleco, cara. Que bom que veio, meu médico preferido. —Não se agite, Raul. Sei que seu açúcar teve uma queda considerável. — É verdade, eu tive tonturas, tive náusea e até agora estou suando frio, apesar do sono. —Isso é assim mesmo, daqui a pouco passa. Mas já é hora de dormir. Afinal, é bem tarde. Assim, você descansa. — Sabe, Ricardo, eu tenho medo que eles me matem. Que descubram que estou aqui… Você sabe. –– Ninguém vai descobrir nada. Não pense nisso. ––Você anda muito ocupado, eu sei. Já estou acostumado com abandono, meu amigo. Eu lhe falei da Susi, lembra? Não da cachorrinha que tenho em casa… ––Sei, da sua namorada. Esqueça isso. Pense em melhorar depressa. Amanhã, você sairá daqui. ––Escute, você pensou na proposta que lhe falei? –– Pensei, mas conversamos a

PÁSSARO INCAUTO NA JANELA - CAPÍTULO XIV

HOJE, TERÇA-FEIRA 22/02/2016, SEGUE O NOSSO FOLHETIM RASGADO "PÁSSARO INCAUTO NA JANELA" COM O 14º CAPÍTULO. NOVAS REVELAÇÕES! Capítulo 14 Tenho vontade de dizer para o velho que não estou sozinha, tal como ele, que desapareceu há dias de sua janela, do seu quarto. Será que morreu? Espero que não. É mais um pra minha coleção. Cada dia, um se vai. Quando será a minha vez? Espero que demore bastante, sinto que ainda posso fazer alguma coisa, sinto que posso ajudar Susana. Essa expectativa me dá uma euforia, uma vontade de realizar coisas, um bafejo de vida. Tenho até desejo de tocar piano, como antigamente. Mas já faz tanto tempo, que nem sei se não desaprendi. _Que terá acontecido com Susana? Por que me chamou daquela maneira? Parecia tão desorientada, a coitadinha. _De quem tá falando, vovó? _Ah, não importa. Estou falando sozinha. Que mania vocês tem de chamar de vovó. Eu tenho nome. _Desculpe, não quis ofender. É que conheço a senhora há tanto t

PÁSSARO INCAUTO NA JANELA - CAPÍTULOS XII E XIII

HOJE, QUINTA-FEIRA 18/02/2016, SEGUE O NOSSO FOLHETIM RASGADO "PÁSSARO INCAUTO NA JANELA" COM O 12º E 13º CAPÍTULOS. NOVAS REVELAÇÕES! Capítulo 12 Susana aguarda o elevador em seu andar. Está prestes a entrar, mas é impedida pela voz urgente, quando a porta se abre. A mulher a impede de entrar, praticamente suplicando em falar-lhe. Ela tenta entender o que está acontecendo, sem dar muita importância à situação. Está preocupada com o horário, segurando a bolsa numa mão e uma série de documentos numa pasta azul. Na outra mão, digita no celular, tentando conseguir algum estagiário para o trabalho em campo. Detém, ao ouvir o seu nome. A mulher é magra e alta, cabelo vermelho, curto, aparentando quarenta anos. _Susana? Você é Susana Medeiros? O zelador que subia a escada, antecipa-se ao diálogo, esclarecendo que ela a havia procurado e não pudera impedir. Tentara explicar-lhe que daria o recado, mas a coisa parecia séria. _Não se preocupe, João. Está