Kant, fundamentado em seu modelo do Apriorismo, afirma que todo conhecimento tem sua origem na experiência, mas não exclusivamente isso, porque a experiência somente é estabelecida através do conhecimento tácito, preliminar do homem, pelo menos no sentido mais raso do termo, destituído de qualquer investigação mais minuciosa.
Na verdade, segundo ele, o conhecimento se inicia com a experiência, mas esta sentença, de certa forma é arbitrária e não prova que o conhecimento em sua plenitude se deriva exclusivamente dela.
Se não vejamos, esta interpretação suscita uma série de questionamentos.
É aquela velha história do ovo e da galinha. Ainda existe esta controvérsia? Afinal após a descoberta do DNA, foi comprovado que o ovo veio antes da galinha, ou melhor, a pobre da galinha não passava de um ovo.
Esta seria sua primeira forma de vida. Afinal, a famigerada ave é uma espécie inglória, uma ave que não voa, não canta, tem um aspecto parvo e dorme em cima dum poleiro.
Mas deixemos estas minúcias para os especialistas. Não é nossa seara, aliás, a nossa nem tem nada a ver com Kant, pelo menos na precisão e rigor filosófico.
Tem a ver com a escrita e tudo que se relaciona ao ajuntamento de letrinhas.
O que nos interessa, enquanto especuladores da filosofia kantiana, refere-se à dúvida incessante que nos atinge na plenitude do nosso conhecimento (plenitude?), visto que o conhecimento adquirido se dá através da experiência de nossos erros e acertos, de nossas reivindicações junto à existência, cuja natureza transforma a cada segundo nossas vidas.
Por outro lado, é de bom alvitre admitir que uma dose extra de conhecimento é transmitida por nossos antepassados, apreendido através da herança genética de neurônios elitizados, robustos, cheirando a leite materno do bom.
Toda esta aplicação científica nos induz à tese anteriormente citada e massacrada, relativa à herança genética da galinha. Ela é o próprio ovo, não tem essa de ser galinha antes ou ovo depois ou vice-versa.
Nós somos a própria experiência de nossos pais, avós, tataravós portugueses e demais colonizadores, ou escravos.
Mas verdade seja dita, este mesmo conhecimento não se deu ao acaso. Também eles tiveram a aprendizagem através de experiências adquiridas.
Ou não?
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